RECONHECENDO E SUPERANDO PADRÕES TÓXICOS
Falar sobre machismo estrutural pode causar desconforto. Especialmente para os homens. Mas é justamente nesse incômodo que mora o início de uma mudança real.
Machismo não é apenas o comportamento violento, escancarado. Ele também está nas pequenas atitudes, nas piadas “inofensivas”, na forma como homens foram ensinados a amar, a se comunicar e a existir. Está nas estruturas sociais, culturais e familiares que naturalizam a desigualdade entre homens e mulheres — muitas vezes sem que a gente perceba.
O que é machismo estrutural?
É o conjunto de normas, práticas e ideias que favorecem os homens e mantêm as mulheres em posições de desigualdade. Isso está presente em:
Quem é ouvido e levado a sério em reuniões
Quem cuida da casa e dos filhos “por obrigação”
Quem é interrompido mais vezes ao falar
Quem tem medo de andar sozinho à noite
Mas também está em como os homens foram educados para não chorar, não demonstrar afeto, não pedir ajuda. O machismo prejudica mulheres — mas também aprisiona os próprios homens em um papel emocionalmente limitado.
Reconhecendo os padrões tóxicosPadrões tóxicos de masculinidade não nascem com o homem — são aprendidos:
Acreditar que "homem de verdade" tem que ser forte, viril e dominador
Medir valor pessoal por status, dinheiro ou conquistas sexuais
Ignorar emoções, tratando vulnerabilidade como fraqueza
Reproduzir controle ou ciúmes como se fossem sinais de amor
Esses comportamentos, além de prejudicarem os relacionamentos, alimentam ciclos de violência, isolamento e sofrimento psicológico.
O primeiro passo é a escutaPara superar o machismo estrutural, os homens precisam:
Escutar sem se defender: Quando uma mulher relata algo machista, não é um ataque pessoal. É uma oportunidade de reflexão.
Reconhecer privilégios: Ter mais oportunidades, mais liberdade, mais escuta... é importante perceber que isso não é "natural" — é estrutural.
Revisar comportamentos: Desde dividir tarefas até rever como se relaciona com colegas, filhos, parceiras e até com outros homens.
Superar é um processo — não um destinoDesconstruir padrões tóxicos é um caminho contínuo. Envolve erro, aprendizado e, acima de tudo, coragem para mudar. E essa mudança não é só para "ser um homem melhor para os outros" — é também para ser um homem melhor para si mesmo.
Homens mais conscientes:
Constroem relações mais saudáveis
Educam filhos e filhas com mais respeito
Cuidam da própria saúde mental
Criam espaços mais justos, dentro e fora de casa
Não é sobre culpa. É sobre responsabilidade.A transformação começa quando homens param de perguntar “Será que isso é exagero?” e começam a refletir:
“O que eu posso fazer diferente?”
O machismo é uma herança coletiva. Mas o futuro pode — e deve — ser construído com mais escuta, afeto, igualdade e presença.
Vamos juntos nesse caminho? A masculinidade pode — e precisa — ser reinventada.
