Ouvir rádio

Pausar rádio

Offline
A SOLIDÃO MASCULINA
Por Susi Hellen Spindola
Publicado em 12/06/2025 07:20 • Atualizado 12/06/2025 22:19
Saúde Masculina

 

 PORQUE HOMENS TÊM MENOS AMIGOS ÍNTIMOS?

 

 

Vivemos em uma era de conexões digitais, redes sociais e mensagens instantâneas.

E, ainda assim, nunca se falou tanto sobre solidão. Especialmente entre os homens.

A imagem do “homem forte e autossuficiente” está começando a ruir — e, por trás dela, há algo silencioso, mas profundo: a solidão.

 

Os números não mentem

Diversas pesquisas mostram que, à medida que os homens envelhecem, seu círculo de amizades íntimas encolhe drasticamente.

Muitos relatam não ter com quem conversar sobre suas emoções, medos ou inseguranças.

Em contraste, mulheres tendem a manter redes de apoio emocional mais amplas e ativas ao longo da vida.

Mas... por quê?

 

A armadilha da masculinidade tradicional

Desde cedo, muitos meninos são ensinados a:

“Engolir o choro”

 

“Não ser fraco”

 

“Resolver tudo sozinho”

 

“Não depender de ninguém”

 

 

• Essas mensagens, aparentemente inofensivas, constroem uma masculinidade baseada no isolamento emocional.

Demonstrar vulnerabilidade é visto como fraqueza, e intimidade entre homens pode ser ridicularizada ou mal interpretada.

• Com isso, a amizade masculina tende a ser mais superficial — baseada em atividades (futebol, churrasco, trabalho), mas nem sempre em partilha emocional.

 

A amizade que falta

Quando perguntamos: “Você tem alguém com quem pode conversar profundamente, sem julgamentos?” — muitos homens hesitam.

Não por falta de pessoas ao redor, mas porque não aprenderam que é seguro se abrir.

A verdade é que muitos homens têm vínculos sociais, mas poucos laços emocionais verdadeiros.

 

As consequências da solidão

A solidão masculina não afeta só o emocional — ela impacta a saúde mental e física. Homens, em média:

 

Procuram menos ajuda psicológica

 

Têm maiores taxas de suicídio

 

Morrem mais cedo por doenças evitáveis

 

Sofrem mais com abuso de substâncias

 

Ou seja, fingir que está tudo bem cobra um preço alto.

 

O que pode mudar?

A boa notícia é que isso não é um destino — é um comportamento aprendido. E, portanto, pode ser desaprendido.

 

Alguns caminhos para romper esse ciclo:

 

Nomear sentimentos: Aprender a reconhecer e expressar o que sente

 

Buscar espaços seguros: Terapia, rodas de conversa, grupos de apoio

 

Reforçar amizades existentes: Enviar uma mensagem, convidar para um café, se permitir ser vulnerável

 

Desconstruir o machismo afetivo: Entender que cuidar e ser cuidado não é exclusividade feminina

 

 

Redefinir o que é ser homem

Ser homem não precisa significar ser duro, solitário ou emocionalmente distante.

A verdadeira coragem está em se permitir sentir, criar vínculos profundos e pedir ajuda quando necessário.

A amizade salva. O afeto cura. A escuta transforma.

 

Comentários