
Homens que Desafiam o Modelo Tradicional
Por muito tempo, a figura do pai foi retratada como o "provedor ausente": aquele que trabalha fora, sustenta financeiramente a família, mas mal participa da criação dos filhos. Essa imagem, profundamente enraizada em modelos patriarcais, está sendo desafiada por uma nova geração de homens que escolhe viver a paternidade ativa — uma presença real, afetiva, constante e participativa na vida dos filhos.
O que é paternidade ativa?
Não se trata de "ajudar" a mãe. Nem de "fazer o favor" de trocar fraldas. Paternidade ativa é assumir a responsabilidade integral na criação dos filhos: desde os cuidados diários até o envolvimento emocional e educacional.
Significa:
Estar presente nas consultas médicas e reuniões escolares
Dividir tarefas domésticas e de cuidado de maneira equilibrada
Ouvir, brincar, ensinar, acolher
Ser referência de afeto, e não só de autoridade
Romper o ciclo
Muitos homens de hoje cresceram sem esse modelo. Por isso, para praticar a paternidade ativa, é preciso romper com o padrão que viveram. Isso exige consciência, empatia e, muitas vezes, uma desconstrução dolorosa de crenças como "homem não chora", "isso é coisa de mulher", "não sei lidar com criança".
Mas a verdade é: pai não nasce pronto — ele se constrói todos os dias.
Depoimentos que inspiram
“Quando minha filha nasceu, percebi que não queria ser um pai de domingo. Queria estar nos momentos bons e nos difíceis. Hoje, faço questão de buscá-la na escola, preparar o jantar e ler com ela antes de dormir. Isso não me faz menos homem. Me faz mais humano.”
— Rafael, 36 anos, pai da Clara
“Aprendi a trocar fralda no susto, mas fui aprendendo junto com meu filho. Cada sorriso que recebo compensa qualquer noite mal dormida.”
— Tiago, 29 anos, pai do Miguel
Homens cuidam — e precisam ser cuidadosAssumir a paternidade de forma ativa também é uma forma de cuidar da própria saúde emocional. Muitos pais relatam que esse envolvimento profundo fortalece laços, reduz estresse, aumenta a autoestima e muda suas perspectivas sobre masculinidade.
Ao mesmo tempo, é fundamental que a sociedade dê suporte a esses homens:
Licença-paternidade ampliada
Ambientes de trabalho que respeitem a parentalidade
Espaços de escuta e acolhimento emocional para pais
Combate ao machismo que ainda julga homens que cuidam
O futuro é compartilhadoPaternidade ativa não é modismo, é revolução. É sobre formar crianças mais seguras, famílias mais equilibradas e um mundo com mais empatia. É sair do “papel de pai” e viver a experiência plena de ser pai — com afeto, presença e responsabilidade.
Não se trata de perfeição, mas de presença real. E isso, no fim das contas, é o que toda criança mais precisa.