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PATERNIDADE AFETIVA
Por Susi Hellen Spindola
Publicado em 19/06/2025 08:00
Saúde Masculina

 

 Homens que Desafiam o Modelo Tradicional

 

Por muito tempo, a figura do pai foi retratada como o "provedor ausente": aquele que trabalha fora, sustenta financeiramente a família, mas mal participa da criação dos filhos. Essa imagem, profundamente enraizada em modelos patriarcais, está sendo desafiada por uma nova geração de homens que escolhe viver a paternidade ativa — uma presença real, afetiva, constante e participativa na vida dos filhos.

 

O que é paternidade ativa?

Não se trata de "ajudar" a mãe. Nem de "fazer o favor" de trocar fraldas. Paternidade ativa é assumir a responsabilidade integral na criação dos filhos: desde os cuidados diários até o envolvimento emocional e educacional.

 

Significa:

 

Estar presente nas consultas médicas e reuniões escolares

 

Dividir tarefas domésticas e de cuidado de maneira equilibrada

 

Ouvir, brincar, ensinar, acolher

 

Ser referência de afeto, e não só de autoridade

 

 

Romper o ciclo

Muitos homens de hoje cresceram sem esse modelo. Por isso, para praticar a paternidade ativa, é preciso romper com o padrão que viveram. Isso exige consciência, empatia e, muitas vezes, uma desconstrução dolorosa de crenças como "homem não chora", "isso é coisa de mulher", "não sei lidar com criança".

Mas a verdade é: pai não nasce pronto — ele se constrói todos os dias.

 

Depoimentos que inspiram

“Quando minha filha nasceu, percebi que não queria ser um pai de domingo. Queria estar nos momentos bons e nos difíceis. Hoje, faço questão de buscá-la na escola, preparar o jantar e ler com ela antes de dormir. Isso não me faz menos homem. Me faz mais humano.”

 

— Rafael, 36 anos, pai da Clara

 

“Aprendi a trocar fralda no susto, mas fui aprendendo junto com meu filho. Cada sorriso que recebo compensa qualquer noite mal dormida.”

 

— Tiago, 29 anos, pai do Miguel

 

Homens cuidam — e precisam ser cuidadosAssumir a paternidade de forma ativa também é uma forma de cuidar da própria saúde emocional. Muitos pais relatam que esse envolvimento profundo fortalece laços, reduz estresse, aumenta a autoestima e muda suas perspectivas sobre masculinidade.

Ao mesmo tempo, é fundamental que a sociedade dê suporte a esses homens:

 

 

Licença-paternidade ampliada

 

Ambientes de trabalho que respeitem a parentalidade

 

Espaços de escuta e acolhimento emocional para pais

 

Combate ao machismo que ainda julga homens que cuidam

O futuro é compartilhadoPaternidade ativa não é modismo, é revolução. É sobre formar crianças mais seguras, famílias mais equilibradas e um mundo com mais empatia. É sair do “papel de pai” e viver a experiência plena de ser pai — com afeto, presença e responsabilidade.

Não se trata de perfeição, mas de presença real. E isso, no fim das contas, é o que toda criança mais precisa.

 

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