Panorama global recente da saúde
World Health Organization (OMS) revela que os ganhos de saúde globais estão desacelerando. Entre 2019 e 2021, a expectativa de vida mundial caiu cerca de 1,8 anos — a maior queda em décadas —, revertendo parte dos avanços anteriores.
Organização Mundial da Saúde
A OMS alertou também para um aumento nas doenças crônicas (como doenças cardíacas, câncer, diabetes) e para o impacto negativo sobre saúde mental — o que dificulta a meta global de reduzir mortes prematuras por doenças nesse tipo até 2030.
Por outro lado, há progresso: segundo relatório de 2024-2025 da OMS, cerca de 1,4 bilhão de pessoas passaram a desfrutar de “vidas mais saudáveis” — meta global superada.
Também aumentou o número de pessoas com acesso a serviços de saúde essenciais, sem gastos catastróficos, embora ainda distante da universalização completa.
️ Avanços, acordos e estratégias de saúde pública
Em 2025, foi aprovado o primeiro Acordo sobre Pandemias, pela OMS — um marco global que define padrões de cooperação entre países para prevenção, detecção, resposta e financiamento frente a pandemias futuras.
A Pan American Health Organization (OPAS/OMS) divulgou seu relatório 2024-2025 destacando progressos importantes nas Américas: fortalecimento da vigilância sanitária, ampliação da atenção primária, estímulo à produção regional de vacinas e insumos, e respostas rápidas a surtos e emergências.
A OPAS ainda conseguiu eliminações importantes: por exemplo, avanços na eliminação da filariose como problema de saúde pública em parte da região.
Também há iniciativas de saúde digital e expansão do atendimento primário em diversos países para tornar o acesso mais equitativo.
⚠️ Desafios persistentes — imunização, financiamento e doenças infecciosas
A cobertura vacinal global e regional ainda está abaixo do ideal. Na região das Américas (inclusive Brasil), surtos recentes de doenças preveníveis por vacina — como Sarampo e Febre amarela — mostram lacunas de imunização perigosas.
O corte abrupto no financiamento externo de saúde, previsto para 2025 em muitos países de renda baixa/média, ameaça serviços essenciais como vacinação, cuidado materno-infantil e preparo para emergências.
A desigualdade no acesso a serviços de saúde — principalmente em regiões vulneráveis — e a escassez de profissionais capacitados continuam sendo gargalos importantes.
Novas prioridades: obesidade, doenças crônicas e “saúde planetária”
A OMS alertou recentemente que Obesidade é atualmente um dos maiores desafios de saúde pública global: mais de 1 bilhão de pessoas vivem com obesidade, um número que deve dobrar até 2030 se nada for feito. A obesidade aumenta risco de doenças cardíacas, diabetes e certos cânceres.
Com o novo acordo global de pandemias, há também um impulso para integrar as saúdes humana, animal e ambiental — a abordagem Uma Só Saúde (One Health) — reconhecendo que fatores ambientais, vetores zoonóticos e mudanças climáticas influenciam diretamente a saúde.
O que isso representa para o Brasil e você
O Brasil, por meio do Ministério da Saúde, reforçou recentemente seu compromisso com a abordagem “Uma Só Saúde” — o que significa ampliar uma visão integrada de saúde pública, ambiental e animal, fundamentais para prevenção de doenças.
Apesar dos avanços globais, a desaceleração mundial de progresso em saúde e ameaças como cortes de financiamento, lacunas em vacinas e doenças crônicas, sugerem que políticas públicas no Brasil e no mundo devem focar fortemente em cobertura universal, prevenção e equidade.