Faria Lima x PCC: tudo o que você precisa saber
O que é a "Faria Lima"?
A Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, é o coração financeiro do país — cheia de bancos, gestoras, fintechs e startups. Quem trabalha por lá é conhecido como “Faria Limer” — um estereótipo que virou símbolo de cultura corporativa moderna e bem-sucedida.
E quem é o PCC?
O PCC (Primeiro Comando da Capital) é a maior organização criminosa do Brasil, originada em 1993. Atua principalmente em São Paulo, com milhares de membros e diversas fontes de financiamento, como tráfico, assaltos e sequestros.
O choque: Faria Lima x PCC
Em 28 de agosto de 2025, foi deflagrada a Operação Carbono Oculto, a maior ação policial contra o crime organizado no país. Foram mobilizados 1.400 agentes em oito estados, com mais de 350 mandados cumpridos.
O alvo? Um sofisticado esquema bilionário envolvendo fraudes na cadeia de combustíveis, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, com ramificações diretas na Faria Lima — por meio de fintechs e fundos de investimento. O esquema teria movimentado R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024.
Como o esquema operava:
Postos de combustível
Cerca de 1.000 postos, em vários estados, receberam dinheiro da facção — parte em espécie ou via maquininhas — e repassaram esses valores para o sistema financeiro, sonegando impostos e faturando R$ 52 bilhões.
Fintechs como porta de entrada
Fintechs atuavam como bancos paralelos: uma delas sozinha teria movimentado R$ 46 bilhões, além de depósitos suspeitos em espécie. Esse tipo de instituição, por brechas regulatórias, dificultava rastrear transações e identificar clientes específicos.
Fundos de Investimento como blindagem
Recursos eram reinvestidos em fundos multimercados e imobiliários, geralmente com um único cotista, para ocultar patrimônio. Ao todo, 40 fundos somando R$ 30 bilhões, investidos em usinas, caminhões, fazendas, imóveis de luxo e até uma mansão em Trancoso.
Repercussão e impacto na Faria Lima
Gestoras renomadas foram implicadas — algumas negaram envolvimento, outras renunciaram à administração dos fundos.
Além disso, o episódio elevou os alarmes no mercado financeiro: o “risco PCC” agora é avaliado em reuniões de investidores como um fator de risco real, que pode influenciar decisões e elevar exigências de compliance.