
1. Ela não se chamava Virginia
O nome completo da autora é Adeline Virginia Woolf (Stephen quando solteira).
Trata-se de uma homenagem à sua tia Adeline Maria Jackson e à sua tia-avó Virginia Pattle.
Dizem que o primeiro nome acabou não sendo usado pela própria família por causa de uma tragédia que resultou na morte da Adeline original.
Porém, estudiosos dizem que a própria autora trocou Adeline por Virginia como um mecanismo de enfrentamento, uma espécie de rito de passagem para a maturidade.
Ela queria uma nova identidade, separada daquela que lhe lembrava da infância complicada.
2. Sua primeira publicação escrita foi sobre as irmãs Brontë
Grandes escritoras inspiram outras a seguirem o seu caminho.
Nesse sentido, as irmãs Brontë foram uma forte influência na obra de Virginia Woolf, fazendo com que a primeira publicação dela fosse sobre as autoras vitorianas.
O ensaio “Harworth, November 1904”[Harworth, novembro de 1904] saiu no jornal inglês The Guardian em 21 de dezembro de 1904 e narrava a peregrinação de Woolf à casa das irmãs, onde foram escritas obras como O Morro dos Ventos Uivantes, Jane Eyre e A Inquilina de Wildlife Hall.
3. Tinha uma meia-irmã confinada em um hospício
Embora os problemas psicológicos de Virginia Woolf tenham se tornado conhecidos, ela não foi a primeira da família a ser enviada para uma instituição psiquiátrica.
Isso aconteceu com sua meia-irmã, Laura Stephen, filha do primeiro casamento do pai.
E o motivo foi bem diferente dos problemas que atormentariam Virginia no futuro.
Apesar de ser filha do autor e editor sir Leslie Stephen e neta de William Thackery, autor de A Feira das Vaidades, Laura tinha sérias dificuldades de aprendizagem, era emocionalmente instável e foi considerada deficiente mental.
Sem os meios para educar uma jovem com esses desafios, o pai e a nova esposa, Julia Jackson (mãe de Virginia) a enviaram para o Earlswood Asylum, uma instituição psiquiátrica.
Laura permaneceu lá por quatro anos e depois foi enviada para uma casa com cuidadores particulares até sua morte, em 1945.
Isso era um tanto costumeiro naquela época: as famílias abastadas enviavam suas filhas “problemáticas” para alguma instituição de maneira bem discreta — ao ponto de amigos nem saberem da existência dessas familiares.
Os Stephen mantinham pouquíssimo contato com Laura, o que causou tensão nos demais irmãos, incluindo Virginia, que anos mais tarde seria internada diversas vezes.
4. Possivelmente sofria de transtorno bipolar
Muitas análises já foram feitas em vida e postumamente sobre a saúde mental de Virginia Woolf.
Desde os 13 anos, após a morte da mãe, ela começou a sofrer com variações periódicas de humor, que iam de uma severa depressão a fases de agitação e mania, incluindo episódios psicóticos.
Os psiquiatras da época tinham pouco a oferecer a Virginia em termos de diagnóstico e tratamentos, levantando diversas hipóteses, culpando sua educação “inapropriada para mulheres” e uma suposta fraqueza dos nervos, por exemplo.
Porém, especialistas de hoje em dia identificam um provável transtorno bipolar, desencadeado principalmente por tragédias pessoais (as mortes dos pais, abuso sexual) e possivelmente fatores genéticos também (o pai dela tinha depressão).
5. Foi professora em uma escola noturna
Com a morte do pai em 1904, ela e os irmãos receberam uma herança modesta.
Hoje em dia a primeira opção que a maioria das mulheres vai adotar para se sustentar será arranjar um emprego, mas no início do século XX o plano habitual era conseguir um marido que fizesse isso. Mas não para Virginia, que, além de seu trabalho como jornalista, crítica literária e escritora freelancer, trabalhou como professora do período da noite para complementar a renda.
Entre os anos 1906 e 1907, ela lecionou no Morley College, que oferecia aulas noturnas para trabalhadores
que queriam melhorar sua instrução.
Esse foi o seu principal e um dos únicos tipos de contato com o universo de pessoas com baixo grau de instrução.
É pouco provável que ela, que havia sido criada em um lar de intelectuais, teria trabalhado lá se não fosse pela morte do pai.
6. Escreveu o romance biográfico de um cachorro
As obras mais angustiantes e provocativas de Virginia Woolf, como Orlando e Mrs.
Dolloway, são também as mais conhecidas da autora. Mas seus trabalhos também envolviam histórias mais leves, como é o caso de Flush.
Esse livro experimental é narrado do ponto de vista do cachorro da poeta Elizabeth Barret Browning, que lealmente ficou ao lado dela durante doenças, romances e aventuras.
Embora hoje seja um trabalho praticamente esquecido da autora, na época o livro foi bem popular por amantes de animais.
7. Participou de uma comunidade neopagã
No início dos anos 1910, Virginia Woolf morou em Firle e conheceu melhor o poeta Rupert Brooke
e seu grupo neopagão, que buscava um estilo de vida socialista, vegetariano e mais natural, ao ar livre e com direito a nudez.
Apesar de ter algumas ressalvas, a escritora se envolveu com as atividades do grupo por um tempo, fascinada pela inocência bucólica que contrastava com o intelectualismo cético ao qual ela estava habituada.
