Publicado em 12/03/2025 por Susi Hellen Spindola
- Gene Hackman foi encontrado morto em sua casa, em Santa Fé, Novo México, nos EUA, ao lado de sua esposa, Betsy Arakawa.
- A autópsia revelou que Hackman morreu de doença coronariana, com o Alzheimer como fator contribuinte.
- Betsy morreu de síndrome pulmonar por hantavírus cerca de sete dias antes de Hackman.
- Especialistas acreditam que Hackman pode não ter percebido a morte da esposa devido ao estágio avançado do Alzheimer.
- A doença pode ter causado confusão e luto, dificultando a capacidade de Hackman de agir ou buscar ajuda.
Embora ninguém saiba exatamente como Hackman passou seus últimos dias de vida, a natureza sombria das possibilidades foi discutida por autoridades locais e pela médica legista do Estado.
Em uma coletiva de imprensa na semana passada, a doutora Heather Jarrell, chefe da perícia médica do Novo México, informou que Arakawa morreu em decorrência da síndrome pulmonar por hantavírus (SPHV), uma doença respiratória causada pela exposição a roedores infectados.
Hackman morreu em consequência de uma doença coronariana, com o Alzheimer como fator contribuinte.
Dado o estágio avançado do Alzheimer de Hackman, é "muito possível que ele não estivesse consciente de que ela [sua esposa] havia falecido", afirmou a doutora Jarrell.
A autópsia indica que ele não havia comido recentemente, embora não houvesse sinais de desidratação.
As autoridades não encontraram evidências de que ele tenha entrado em contato com alguém após a morte da esposa, nem puderam determinar se ele tinha condições de cuidar de si mesmo.
Já a doutora Piersol explicou que pacientes com Alzheimer em estágio avançado não conseguem perceber sinais do ambiente, como luz e escuridão, o que dificulta a decisão sobre quando devem comer, dormir ou tomar banho.
Confusão e agitação
O médico Brendan Kelley, neurologista especializado em memória e cognição do Centro Médico da Universidade do Sudoeste do Texas, explicou que Hackman também pode não ter conseguido ligar para as autoridades em busca de ajuda.
Ele disse que a doença de Alzheimer pode deixar os pacientes presos entre o desconforto emocional e a incapacidade de agir para resolvê-lo.
"Uma pessoa pode se sentir preocupada ou assustada, mas, ao mesmo tempo, não conseguir tomar as ações que você ou eu normalmente tomaríamos para aliviar essa ansiedade ou preocupação, como ligar para alguém ou sair para falar com um vizinho."
Kelley indicou que pacientes com Alzheimer ainda experimentam emoções como tristeza e luto, e sentem necessidades físicas como fome e sede, mas têm mais dificuldade em identificar o que estão sentindo.