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Carnes feitas em laboratório são boas para o meio ambiente?
Publicado em 03/12/2024 13:05
Curiosidades

 

 

A produção de hambúrgueres e bifes a partir de células geneticamente modificadas tornou-se uma prática bastante frequente nos últimos anos e também é vista como um promissor futuro para o setor de alimentos. Contudo, pesquisas recentes indicam que a produção de carne artificial em laboratório pode ser significativamente mais prejudicial ao meio ambiente do que a carne bovina autêntica.No momento, a produção de carne à base de células de animais (ACBM) é limitada e acarreta prejuízos econômicos. No entanto, a pesquisa conduzida pela Universidade da Califórnia, ainda não avaliada por pares, indica que a expansão desse processo poderia gerar entre quatro e 25 vezes mais emissões de gases de efeito estufa (GEE) do que a indústria global de carnes.

 

PREOCUPAÇÕES COM O FUTURO

Segundo os pesquisadores responsáveis pelo estudo, bilhões de dólares foram destinados especificamente ao setor da ACBM, sob a alegação de que este produto seria mais ecológico do que a carne bovina. No entanto, apesar de ser verdade que a carne produzida em laboratório dispensa a necessidade de terra, água e antibióticos para a pecuária, os cientistas argumentam que grande parte do interesse gerado neste setor foi estimulado por avaliações imprecisas das emissões de carbono.De acordo com eles, diversos relatórios publicados até o momento modelaram o efeito climático do ACBM utilizando tecnologias que atualmente não existem ou que provavelmente nunca serão implementadas. Por exemplo, uma pesquisa comumente citada calculou as emissões de carbono na produção de carne em laboratório, utilizando hidrolisado de cianobactérias como insumo.

 

O problema, contudo, é que estudos prévios já demonstraram que esta não é uma tecnologia ou matéria-prima atualmente usada para a proliferação de células animais — e nem está perto de se tornar viável. Logo, qualquer cálculo feito com essa base estaria completamente impreciso e, portanto, equivocado.

 

IMPACTO AMBIENTAL

 

Um ponto importante a se ressaltar sobre a ACBM é que só é possível produzir os seus componentes por meio de um processo misturando nutrientes de grau farmacêutico, purificados a um nível mito mais alto do que o comum. Esse processo de purificação atualmente é responsável pela maior parte das emissões associadas à produção de carne laboratorial.

 

Sem essa etapa, não haveria remoção de endotoxinas — liberadas por bactérias

no ambiente —, as quais podem impedir a proliferação de células mesmo em quantidades minúsculas. O uso de métodos de refinamento nesse segmento contribui significantemente para os custos econômicos e ambientais associados aos produtos farmacêuticos, uma vez que consomem muita energia e recursos.Assumindo que esses mesmos processos continuarão ativos nos próximos anos, os pesquisadores estimam que cada quilo de ACBM produzirá de 246 a 1,5 mil kg de emissões de dióxido de carbono. Com base nesses números, o potencial de aquecimento global da carne cultivada é muito maior do que a da carne bovina no varejo.

 

 

Logo, por mais que esse mercado apresente algumas respostas interessantes para os potenciais problemas que poderão surgir na indústria alimentícia no futuro, ainda existem muitos outros dados que precisam ser averiguados. 

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