
“Caveirão” de São Paulo
1. Garagem de luxo... que nunca foi entregue
A construção começou em 1964, prometendo mais de 2.000 vagas em 24 pavimentos como um moderno edifício-garagem, a poucos metros da Catedral da Sé. A conclusão estava prevista para o ano seguinte – mas nunca ocorreu.
2. Um símbolo do abandono urbano
Décadas depois, o prédio inacabado virou um verdadeiro “esqueleto” na paisagem central, observando o declínio e a transformação da região através dos anos.
3. Abrigo para quem não tinha outro lugar
A edificação foi invadida diversas vezes ao longo dos anos: já abrigou famílias em situação de rua e movimentos por moradia. Um testemunho comovente: um dos moradores dizia—com orgulho—que o “Caveirão” era um “lugar maravilhoso” de solidariedade entre vizinhos.
4. Estrutura em deterioração e risco iminente
Laudos da prefeitura apontavam já em 2012 a deterioração do concreto armado com armaduras expostas e risco de colapso. Em 2018, diante da queda trágica do Edifício Wilton Paes de Almeida, a municipalidade intensificou o pedido judicial de demolição.
5. A batalha judicial
Em junho de 2023, o Tribunal de Justiça de São Paulo ordenou a demolição do prédio, com multa diária de R$ 500 ao proprietário. A ordem continuou sendo descumprida, gerando impasse e tensões judiciais.
6. O dono insiste em uma solução diferente
O proprietário, o empresário Rivaldo Sant’Anna – que adquiriu o imóvel por cerca de R$ 2 milhões em 2012 –, alegou que reformar seria inviável. Ele chegou a propor uma combinação entre garagem nos primeiros andares e moradias populares nos restantes, mas a prefeitura recusou por questões estruturais.
7. Perigo público e tráfico no entorno
Além do risco de queda, moradores e comerciantes da Rua do Carmo relataram que o “Caveirão” virou ponto de tráfico de drogas. A presença de usuários e ações policiais tornou o entorno ainda mais problemático.
8. Autorização para derrubar
Em 20 de fevereiro de 2025, a Justiça autorizou a Prefeitura a demolir o prédio, com reembolso das despesas por parte do proprietário e bloqueio de suas contas pelas multas acumuladas.
9. Finalmente, o processo de demolição começou
Em agosto de 2025, foi firmado contrato de cerca de R$ 6 milhões com a Demolidora FBI para a remoção do “Caveirão” de forma manual — a fim de preservar os prédios tombados ao redor. A operação tem prazo de 300 dias, com instalação de tapumes, telas e construção de muro protetor.
10. A inquietação dos vizinhos
Durante anos, muitos se perguntavam: "Será que agora vai?" Um comentário no Reddit resumiu bem isso:
“...o prédio começou a ser construído em 1960. Nunca terminou a construção. Em 2018... é que finalmente a prefeitura mandou demolir, e só hoje, após 6 anos de batalha judicial, é que ‘oficializaram’ a demolição. 64 anos de um prédio inútil e inacabado ocupando espaço no centro.”