Quando pensamos no que causa câncer, fatores como genética e estilo de vida normalmente vêm à mente. Mas alguns patógenos também podem levar a diagnósticos da doença.
De acordo com um relatório recente da American Association for Cancer Research, 13% dos casos de câncer no mundo, ou 2,2 milhões, são atribuíveis a infecções bacterianas ou virais. Os culpados incluem hepatite B, hepatite C e papilomavírus humano, ou HPV, a causa bem conhecida do câncer cervical.
No entanto, o patógeno responsável por causar o maior número de casos globais de câncer é um com o qual você pode não estar familiarizado: Helicobacter pylori, mais comumente conhecido como H. pylori.
A bactéria foi responsável por cerca de 810.000 casos de câncer em 2018, o ano mais recente para o qual há dados disponíveis. Para efeito de comparação, o HPV levou a 690.000 casos naquele ano, seguido pela hepatite B, com 360.000 casos.
O que é H. pylori e como ele causa câncer?
H. pylori é uma bactéria que muitas pessoas carregam em seus estômagos. Estima-se que afete cerca de metade da população mundial, e no Brasil, a prevalência é de aproximadamente 60%.
A bactéria pode causar a formação de úlceras no estômago ou no intestino delgado e também pode levar à gastrite, que é a inflamação do revestimento do estômago.
Com o tempo, isso pode evoluir para uma doença mais séria. Em algumas pessoas que são suscetíveis devido a fatores genéticos, estilo de vida, essa inflamação leva a alterações pré-cancerígenas no revestimento do estômago que podem eventualmente progredir para o câncer.
H. pylori pode aumentar o risco de dois tipos de câncer: linfoma do tecido linfoide associado à mucosa, uma forma de linfoma não-Hodgkin que afeta o estômago, e um tipo de câncer gástrico chamado adenocarcinoma, que se origina no revestimento do estômago.
De acordo com a American Cancer Society, 90 a 95% de todos os cânceres de estômago são adenocarcinomas.
Pessoas com infecção por H. pylori têm um risco duas a seis vezes maior de desenvolver esses dois tipos de câncer em comparação com aquelas que não estão infectadas, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.