Nessa data, busca-se conscientizar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos e tecidos, e sobre como um gesto de doar pode salvar vidas.
A existência dessa data também é importante para reforçar que, no Brasil, a doação de órgãos e tecidos apenas pode ser realizada após autorização de familiares.
Assim, é importante que o desejo de doar seja informado em vida, pelo futuro doador.
10 Mitos e verdades sobre a doação de órgãos no Brasil
A doação de órgãos pode salvar a vida de muitas pessoas, mas esse ainda é um tema que gera muitas dúvidas na
população.
O Brasil possui uma lista única de pessoas que estão aguardando por transplantes e, segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), existem pelo menos 50 mil pessoas nessa lista.
1 — Apenas um doador pode beneficiar muitas pessoas
É verdade! Um único doador pode beneficiar até 10 pessoas que aguardam nas filas de transplantes.
O número de pessoas que aguarda um órgão é muito grande, por isso, é importante ter o maior número de doadores possíveis.
2 — A maioria dos órgãos e tecidos podem ser doados
É verdade! A maioria dos órgãos podem ser doados e os principais são:
coração, rins, pulmão, fígado, pâncreas, pele, ossos, córneas, sangue e medula óssea.
3 — Doação de órgão com doador vivo deixa o corpo deformado
É mito! Quando a doação pode ocorrer com um doador vivo, os órgãos e tecidos são retirados através de cirurgias e não desfigura o corpo do doador.
4 — A família do doador morto precisa arcar com todos os custos da doação
É mito! A família ou o próprio doador não precisa assumir nenhum custo relacionado à doação.
5 — Pessoas idosas ou que já tenham tido alguma doença não podem doar órgãos
É mito! Qualquer pessoa é um doador em potencial e o que irá determinar a possibilidade da doação de órgãos é a avaliação após a morte cerebral através de exames.
6 — A família do doador morto não pode escolher quem irá receber os órgãos e tecidos doados
É verdade! A doação feita após a morte é realizada para pessoas que aguardam na lista de espera única de transplantes.
No entanto, quando a doação é feita em vida, o doador por escolher para quem seu órgão será doado, desde que seja um parente de até quarto grau ou o cônjuge.
Para doar em vida para pessoas além desses graus de parentesco é necessário ter uma autorização judicial.
7 — Em vez de doar órgãos, é possível vendê-los para pessoas que precisam
É mito! Nem o doador, nem a família do doador podem obter ganhos financeiros em troca dos órgãos ou tecidos doados.
No Brasil, a compra e venda de órgãos é proibida pela Lei n° 9.434 que foi promulgada em 4 de fevereiro de 1997.
A pena é de reclusão por 3 a 8 anos e, multa de 200 a 360 dias-multa. Além do vendedor e comprador de órgãos, essa lei também penaliza quem intermedeia, facilita e promove a venda de órgãos e tecidos.
8 — Pessoas com maior poder aquisitivo possuem preferência na fila de transplantes
É mito! O Brasil possui uma lista única de espera por transplante de órgãos, em que a posição do paciente é determinada pela urgência e tempo de espera pelo órgão.
A condição financeira não beneficia nenhum paciente na espera por um transplante de órgãos.
9 — Pessoas que morrem sem identificação se tornam imediatamente doadoras de órgãos
É mito! De acordo com a mesma lei que proibi o comércio de órgãos (Lei n° 9.434 de 04/02/1997), é vedada a remoção de órgãos de pessoas que morreram e não possuem nenhuma identificação ou familiar.
10 — Mesmo com morte encefálica, um paciente pode voltar a viver
É mito! A pessoa que é diagnosticada com morte encefálica possui um quadro irreversível com ausência de reflexos do cérebro.
A morte encefálica é atestada por dois médicos diferentes, seguindo critérios rígidos do Conselho Federal de Medicina, através de dois exames clínicos e um teste gráfico.
Esse tipo de morte possibilita a doação de múltiplos órgãos e, vale enfatizar, um único paciente pode salvar a vida de outras 10 pessoas!