Descoberta surpreendente: pesquisadores detectaram a presença do SARS-CoV-2 nas células reprodutivas masculinas quase 4 meses após o fim da infecção. Esta descoberta pode ter implicações importantes para a concepção natural e a reprodução assistida.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo descobriram que o vírus da COVID-19 pode permanecer presente nos espermatozoides dos indivíduos infectados até 110 dias após a infecção, impactando assim a qualidade do sêmen. Esta descoberta destaca a capacidade do vírus de infiltrar e danificar o sistema reprodutor masculino, sugerindo um período de quarentena para aqueles que planejam conceber após a recuperação.
Este estudo também observou que os espermatozoides produziam "armadilhas extracelulares" à base de DNA nuclear para neutralizar o patógeno, um mecanismo conhecido como resposta de ETosis suicida. Estas armadilhas, semelhantes às formadas pelos neutrófilos na resposta inflamatória sistêmica ao SARS-CoV-2, mostram uma nova função imunológica para os espermatozoides.
As implicações para a medicina reprodutiva são significativas. O professor Jorge Hallak recomenda adiar a concepção natural e, especialmente, a reprodução assistida por pelo menos seis meses após uma infecção por SARS-CoV-2, mesmo em casos leves de COVID-19. Esta recomendação é crucial para as técnicas de micromanipulação de gametas.
As pesquisas continuam para avaliar os efeitos a longo prazo da infecção por SARS-CoV-2 na saúde reprodutiva e sexual. A equipe, liderada pelo professor Carlos Carvalho, está atualmente estudando as sequelas da infecção em mais de 700 pacientes como parte de um projeto financiado pela FAPESP
FONTE:MSN