Coisas que você deve saber sobre o azulzinho
Pequenos comprimidos azuis com propriedades químicas concentradas. Logo, o “superhomem” do sexo está pronto para uma longa noite de prazer. É isso que promete o VIAGRA. Um medicamento, que tem como objetivo ajudar homens com disfunção erétil, ou seja, não conseguem ter ereções de forma natural, e que se tornou o maior sucesso da história na indústria farmacêutica.
A história
A história de um dos medicamentos mais famosos da indústria farmacêutica teve início no começo da década de 90, quando o laboratório americano Pfizer, investiu muito dinheiro em pesquisas e testes para encontrar um medicamento para hipertensão (alta pressão sanguínea) e angina (uma forma de doença cardiovascular isquêmica). Esses estudos foram encerrados em 1992, pois as primeiras impressões sugeriram que a droga tinha um pequeno efeito sobre a angina. Entretanto, os pesquisadores notaram algumas propriedades no Citrato de Sildenafila que poderia lançar uma nova luz sobre o tratamento de disfunções eréteis. Testes então confirmaram que a substância realmente poderia ser uma esperança para homens que eram incapazes de manter uma ereção por tempo suficiente para atividade sexual normal. Testes clínicos envolveram pacientes com idades variando entre 19 e 87 anos que sofriam de disfunções eréteis devido aos seguintes problemas: traumas graves na espinha vertebral, diabetes, histórico de cirurgias na próstata e também pacientes com causas não-identificadas de disfunção sexual. Os diversos testes foram feitos com 3.700 pacientes escolhidos aleatoriamente em todo mundo. A droga foi patenteada em 1996, e aprovada para uso contra a disfunção erétil pela Food and Drug Administration (FDA) em 27 de março de 1998, tornando-se a primeira pílula a ser aprovada nos Estados Unidos para o tratamento das disfunções eréteis, sendo oferecida para venda um ano depois com o nome comercial de VIAGRA.
As notícias sobre essa milagrosa pílula azul se espalharam rapidamente em meio a comunidade médica e também através da mídia. Na época foi difícil passar a informação de que o VIAGRA era um medicamento sério, comprovado e controlado, e não apenas um afrodisíaco. Este inovador produto oferecia esperança a mais de 100 milhões de homens, em todo o mundo, que sofriam de disfunção erétil, uma condição que pode ter um impacto devastador na qualidade de vida de homens e mulheres. O medicamento VIAGRA foi o mais bem sucedido lançamento farmacêutico na história dos Estados Unidos, gerando mais receitas nas primeiras semanas de mercado do que qualquer outro medicamento. VIAGRA se tornou um marco no tratamento da disfunção erétil. Rapidamente o produto se transformou em um fenômeno mercadológico, cultural, médico e econômico. A ação do VIAGRA se dá pela potencialização do mecanismo que provoca o relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos do pênis, aumentando neles o influxo de sangue e proporcionando assim ereções firmes e prolongadas.
A marca no mundo
As vendas anuais, em mais de 110 países, chegam a US$ 1.5 bilhões, o que lhe rendeu o apelido de Diamante Azul. A cada 9 segundos um comprimido é consumido no mundo. De acordo com a Pfizer, desde seu lançamento mais de 24 milhões de homens já tomaram a droga em todo o mundo.
"Ereção
A ereção é um processo neurovascular que ocorre graças à estimulação sexual e ao aumento da quantidade de sangue no corpo cavernoso. Essa região, composta por duas colunas longitudinais na parte dorsal, constitui a maior parte do pênis e é formada por vários espaços lacunares que se encontram interconectados e permitem o fluxo de sangue no momento da ereção. Conforme o sangue penetra no tecido do corpo cavernoso, este se expande e comprime os vasos que irrigam o pênis, retendo sangue no órgão e tornando-o ereto.
Para que a ereção ocorra, é necessária a liberação, por parte das células do organismo, de uma substância chamada monóxido de nitrogênio (NO) no interior do corpo cavernoso. A presença da substância NO promove a produção de uma enzima chamada guanilato ciclase, que induz a produção de uma substância chamada guanosina monofosfatase cíclica (Gmpc), a qual promove o relaxamento da musculatura do pênis, a irrigação de sangue e, consequentemente, a ereção. Todavia, sua presença desencadeia a produção de uma enzima que age contra ela (degradando-a) e inibe a ereção. A enzima em questão é a fosfodiesterase-5.
Assim, a enzima fosfodiesterase age contra a guanosina monofosfatase, fazendo com que ocorra uma contração da musculatura do pênis e, consequentemente, a saída do sangue do seu interior. Com isso, a ereção é interrompida.
Em homens que possuem disfunção erétil, a liberação da enzima fosfodiesterase ocorre de forma muito rápida. Por esse motivo, o homem perde a ereção mais rápido ou nem chega a tê-la. É exatamente nessa questão que o viagra atua, ou seja, ele impede que a enzima fosfodiesterase seja produzida, permitindo a ação completa e por mais tempo da guanosina monofosfatase."
"Composição do viagra
Quimicamente falando, o viagra é composto por um princípio ativo (substância que atua em uma determinada doença) denominado de Sildenafil. Essa substância apresenta em sua composição os elementos químicos carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N) e enxofre (S), que formam funções químicas como amina, éter e amida."
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Fórmula estrutural do princípio ativo do Levitra
Como funciona
Analisando e comparando as fórmulas estruturais dos princípios ativos utilizados para tratar a disfunção erétil, podemos observar que eles apresentam as mesmas funções orgânicas, mas com detalhes estruturais diferentes. A ação provocada por ambos no organismo humano é similar, isto é, possuem como ação básica a inibição da produção da enzima fosfodiesterase tipo 5 (PDE5), o que mantém a ereção por mais tempo.
Veja uma relação das funções orgânicas presentes em cada um dos princípios ativos:
Sildenafil: amina, amida, éter e sulfurado;
Tadalafil: amina, amida e éter;
Verdanafil: amina, amida, éter e sulfurado.
As diferenças estruturais nas moléculas químicas fazem com que cada uma delas atue na inibição da enzima fosfodiesterase de forma diferente. Essa diferença está no tempo de inibição da enzima. A Sildenafil começa a agir cerca de 12 minutos após a ingestão e dura até 12 horas. A Verdanafil começa a agir cerca de 15 minutos após a ingestão e dura até 12 horas. A tadalafil age cerca de 40 minutos após a ingestão, mas seu efeito pode durar por até 36 horas.
É importante frisar que, além dos inibidores de fosfodiesterase, existem outros tratamentos para a disfunção erétil, como a autoinjeção intracavernosa com drogas vasoativas e o implante de prótese peniana. Além disso, recomenda-se que, além desses tratamentos, seja realizado acompanhamento psicológico."
A seguir as curiosidades sobre a pílula revolucionária:
- Fruto do acaso -
No início dos anos 1990, os cientistas do laboratório Pfizer pesquisavam um novo medicamento contra a angina de peito, o citrato de sildenafila. Os testes revelaram a ineficiência da substância para reduzir a dor provocada por esta doença.
Mas entre os homens o remédio provocou um efeito inesperado: uma ereção. E muitos voluntários relataram uma vida sexual melhor.
A Pfizer reorientou a pesquisa para a impotência masculina, um transtorno que afeta um terço dos homens com mais de 40 anos. O tratamento da disfunção erétil era na época o primo pobre das farmacopeia moderna, com propostas que não eram práticas nem eficientes, como mini-supositórios para a uretra e injeções no pênis.
Contrabando por todos os lados -
As campanhas publicitárias protagonizadas por um ex-candidato republicano à Casa Branca (Bob Dole, em 1999) e pelo rei do futebol Pelé (em 2002), entre outros famosos, deram notoriedade a um medicamento que segundo os cientistas começa a surtir efeito, em média, 27 minutos depois da ingestão.
O contrabando entra em movimento: comprimidos falsos fabricados na Tailândia ou na Índia eram vendidos pela internet poucas semanas depois do início da comercialização.
Os falsificadores perceberam que o Viagra era uma mina de ouro. O remédio passou a ser o mais contrabandeado e as apreensões nas alfândegas explodiram.
Uma pesquisa realizada em 2011 pela Pfizer mostrou que 80% do Viagra comprado na internet era produto de contrabando. Isto significa que pode conter produtos tóxicos como pesticidas, gesso ou tinta para impressora, advertiu a empresa americana.
Uso indevido -
O uso indevido ou "recreativo" de Viagra também avançou rapidamente. Um estudo britânico detectou em 1999 uma utilização pequena, mas real, entre jovens.
Em 2012, uma pesquisa americana mostrou que 8% dos jovens do país tomavam Viagra e outros "facilitadores de ereção" (Cialis, Levitra) apenas para garantir o rendimento sexual.
Ao mesmo tempo, cientistas começaram a pesquisar se o Viagra - os genéricos chegaram às farmácias da Europa em 2013 e dos Estados Unidos em 2017 - representa uma substância dopante para os atletas.
Após hesitar por algum tempo, a Agência Mundial Antidoping decidiu não incluir a substância na lista de produtos proibidos: o citrato de sildenafila teria um efeito dopante apenas em altitude elevada.
Novo sucesso 'Tadalafila' reacende o alerta sobre o perigo do uso irracional de medicamentos
Conselho Federal de Farmácia
Notícias do CFF
Novo sucesso 'Tadalafila' reacende o alerta sobre o perigo do uso irracional de medicamentos
Faixa foi lançada pelos músicos Os Barões da Pisadinha e Alanzim Coreano
“Sabe qual é o segredo pra aguentar noite todinha? Tadalafila! Tadalafila!”. Esse é um trecho da nova música dos músicos Os Barões da Pisadinha e Alanzim Coreano, lançada recentemente nas plataformas digitais pela Sony Music Brasil. A faixa composta por Luan Barão, Lucas Ruivo, Pimenta Neto e Riquinho da Rima relata a necessidade do uso de um medicamento para o sucesso de um caso amoroso.
A tadalafila é um medicamento usado para o tratamento da dificuldade de obtenção e/ou manutenção da ereção do pênis, conhecida como disfunção erétil. Apesar do tom de brincadeira, a canção enaltece o uso irracional de medicamentos, fato combatido veementemente pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Como qualquer medicamento, o uso indiscriminado da tadalafila pode causar reações adversas e perigosas interações com outros medicamentos. Alguns dos efeitos colaterais mais comuns incluem dor de cabeça, indigestão, dor nas costas, rubor facial, congestão nasal e dores musculares. Em casos raros, pode causar alterações na visão, audição ou batimentos cardíacos.
É importante lembrar que a tadalafila não deve ser usada por todos os homens, especialmente aqueles que têm problemas cardíacos ou que tomam medicamentos contendo nitratos. O uso desse medicamento deve ser sempre prescrito por um médico e os pacientes devem seguir cuidadosamente as instruções de dosagem e administração sob orientação do farmacêutico.
O fato é que os medicamentos não são brincadeira. Todos possuem riscos e benefícios associados ao seu uso, e é importante que sejam usados apenas quando necessário e de acordo com as instruções do farmacêutico. Casos como da música ‘Tadalafila’ podem gerar graves consequências de saúde pública e devem ser repercutidos como exemplos errôneos da mistura de diversão com uso de medicamentos.
Quais os efeitos colaterais da Tadalafila a longo prazo?
Tolerância e eficácia
Algumas pessoas podem desenvolver uma certa tolerância à Tadalafila, o que significa que a mesma dose pode não produzir o mesmo efeito do início do tratamento.
Portanto, se isso acontecer, o médico pode considerar ajustar a dose ou avaliar outras opções de medicamentos que tenham a mesma ação, ou seja, que atue como um inibidor da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5).
Mas vale lembrar que esse medicamento é muito eficaz para tratar disfunção sexual masculina, como a impotência, devolvendo qualidade de vida ao homem, segundo pesquisa.
Dependência psicológica
Outra questão que levanta preocupação diz respeito à dependência psicológica. Embora esse fator não seja um efeito colateral direto, pode ocorrer uma dependência psicológica do medicamento em alguns casos.
Pacientes que usam Tadalafila com frequência podem começar a se sentir ansiosos e até inseguros durante as relações sexuais quando não fazem uso da medicação.
Mas vale ressaltar que isso não caracteriza dependência química, mas sim dependência do tipo emocional.
Condições médicas preexistentes
A Tadalafila é segura quando usada conforme orientação médica. No entanto, pacientes com condições médicas preexistentes, como doenças cardiovasculares graves, devem ser monitorados constantemente pelos profissionais de saúde, especialmente a longo prazo.