É VERDADE QUE A DOR EXTREMA PODE LEVAR O CÉREBRO A DESLIGAR PARCIALMENTE A CONSCIÊNCIA COMO FORMA DE AUTOPROTEÇÃO?
Sim — isso é verdade (em certo grau).
Quando uma pessoa sente dor extrema ou vive uma situação de trauma físico ou emocional intenso, o cérebro pode “desligar parcialmente” a consciência como um mecanismo de autoproteção. Esse fenômeno é conhecido em neurociência e psicologia como dissociação ou desligamento dissociativo.
Vamos entender melhor:
O que acontece no cérebro
Quando o corpo enfrenta uma dor absurda ou um trauma, o sistema nervoso simpático entra em modo de sobrevivência (“luta, fuga ou congelamento”).
Se o estímulo é tão intenso que o cérebro entende que não há escapatória, ele pode reduzir a atividade de certas áreas cerebrais ligadas à percepção da dor e da consciência — especialmente:
Córtex pré-frontal: responsável pela atenção e raciocínio.
Córtex cingulado anterior e ínsula: envolvidos na percepção da dor.
Amígdala e tronco cerebral: assumem o controle, priorizando a sobrevivência.
O resultado
A pessoa pode:
Sentir-se “fora do corpo”, como se observasse a cena de fora.
Ter amnésia parcial do evento.
Sentir que o tempo fica lento ou irreal.
Em casos extremos, desmaiar (perda total de consciência).
Isso é uma forma de minimizar o sofrimento imediato — o cérebro literalmente “desliga parte do sistema” para suportar o impacto.
⚠️ Importante
Esse “desligamento” é involuntário e protetor, mas pode ter consequências psicológicas depois, como estresse pós-traumático (TEPT) ou dissociações recorrentes.
Por isso, quem passa por traumas físicos ou emocionais intensos deve, se possível, procurar acompanhamento psicológico.