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POR QUE PLANTAS CARNÍVORAS NUNCA CRESCERAM O BASTANTE PARA COMER HUMANOS
Por Susi Hellen Spindola
Publicado em 27/10/2025 09:29
Curiosidades

As plantas carnívoras geralmente habitam ambientes com solo pobre em nutrientes, como pântanos ácidos ou rochas tropicais. Aliás, é por isso que essas plantinhas se tornaram carnívoras. As espécies que se deram melhor foram as que desenvolveram mecanismos de captura de animais para obter todos os alimentos (especialmente o nitrogênio) que precisavam nesses ambientes inóspitos. 

 

Justamente pela falta de alimento, desenvolver estruturas grandes o suficiente para capturar presas maiores exigiria mais energia e mais nutrientes do que esses habitats são capazes de oferecer. Ser pequenininha foi uma vantagem evolutiva lá atrás que permanece até hoje.

Além da limitação de recursos, o tamanho das plantinhas também é uma decisão biomecânica. Um jarro grande demais, por exemplo, poderia se romper com o peso de uma presa maior. Algumas chegam a capturar rãs, lagartinhos e até pequenos roedores, como no caso da Nepenthes rajah, planta endêmica de Bornéu cujos jarros podem conter mais de dois litros de volume. Mas nada além disso. Os rajah conhecem suas limitações. 

 

 

No entanto, existe um fundinho de verdade nas plantas colossais que aparecem na ficção de Júlio Verne. Outras espécies carnívoras conseguem chegar a tamanhos assustadores. É o caso da Triphyophyllum peltatum, uma trepadeira africana de até 60 metros de altura. Porém, elas são carnívoras apenas em uma fase juvenil, enquanto rastejam pelo solo. Na fase adulta, abandonam esse hábito. Isso porque essas adaptações só fazem sentido em ambientes extremos: ser carnívora é uma solução para uma condição de escassez. Essas plantas não crescem até tamanhos monstruosos porque já operam no limite da viabilidade, vivendo onde outras espécies não conseguiriam e se nutrindo da vida ao redor.

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