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QUAIS EMPRESAS BRASILEIRAS SOFREM COM O TARIFAÇO DO TRUMP?
Por Susi Hellen Spindola
Publicado em 31/07/2025 08:15
Economia

Empresas mais impactadas

 

Embraer

Exporta cerca de 60% a 63% de sua produção para os EUA, especialmente jatos executivos (Praetor e Phenom) montados no Brasil.

 

Análises de bancos como BTG e Santander estimam impacto de 14–15% no lucro a cada aumento de 10 pontos percentuais nas tarifas.

 

Apesar disso, o setor aeronáutico foi excluído da tarifa pelo governo Trump — o que aliviou o impacto imediato e valorizou suas ações em cerca de 11%.

 

Suzano (papel e celulose)

Aproximadamente 16% a 19% da receita líquida da Suzano vem dos EUA, sendo responsável por grande parte das exportações desse país.

 

Estimativas apontam dificuldades significativas para redirecionar ou realocar esses volumes — pressão sobre preços e contratos longos podem agravar os efeitos.

 

No entanto, a empresa também foi excluída da sobretaxa em celulose, gerando valorização tímida no pregão.

 

WEG, Tupy, Mahle Metal Leve e Iochpe-Maxion

Empresas do setor industrial/autopeças com 10% a 23% de faturamento direto dos EUA:

 

WEG: cerca de 22–25%, mas possui fábricas no México e EUA, o que pode mitigar impacto com realocação da produção.

 

Tupy: cerca de 23% da receita, com estimado de 13% exportado diretamente do Brasil.

 

Mahle Metal Leve e Iochpe-Maxion: entre 10% a 14% de exposição aos EUA.

 

As ações dessas empresas vêm sofrendo avaliações negativas diante da incerteza comercial.

 

Siderúrgicas: ArcelorMittal, Ternium, CSN e Usiminas

As tarifas anteriores de 25% para aço e alumínio já afetavam essas empresas; a nova sobretaxa explodiria o impacto.

 

ArcelorMittal e Ternium: exportam grande parte de aço semiacabado para os EUA — as mais prejudicadas.

 

CSN e Usiminas: exportam menos (cerca de 1% a 5%), e são menos impactadas, mas ainda vulneráveis.

 

Gerdau, por sua vez, pode até se beneficiar, pois grande parte da produção está nos EUA — escapando da sobretaxa.

 

 

Setor de carnes (beef-packers), suco de laranja e café

JBS, Minerva, entre outros exportadores de carne, estimam até US$ 1 bilhão em perdas, pois o mercado americano representa parcela relevante desses setores.

 

O setor de suco de laranja (CitrusBR) prevê prejuízos anuais de até US$ 792 milhões caso as tarifas entrem em vigor; cerca de 42% das exportações vão aos EUA.

 

Pequenos produtores de café, que vendem a 16–17% de sua produção aos EUA, também enfrentam queda na demanda e ameaças de abandona da atividade.

 

Empresas como JBS e BRF têm exposição menor, mas o agronegócio como um todo está sob tensão.

 

 

Petróleo e químicos

Muitas companhias de petróleo brasileiras (Petrobras, Shell, TotalEnergies, Equinor) suspenderam exportações aos EUA por incertezas sobre se o petróleo será ou não incluído na nova tarifa; isso já afetou logística e preços.

 

No setor químico/petroquímico, exportadores de resinas e fertilizantes vêm sofrendo cancelamentos de contratos nos EUA — o setor move cerca de US$ 2,4 bilhões anualmente em exportações.

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