
A Divisão de Direitos Humanos da Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS) divulgou um relatório nesta sexta-feira (9) afirmando que há “motivos razoáveis” para crer que pelo menos 353 civis foram assassinados e outros 250 feridos em ataques nas capitais dos estados de Unity e Jonglei. Os crimes ocorreram entre 15 de abril e 17 de abril de 2014.
Após ter coletado e analisado evidências físicas e entrevistado 142 fontes, o relatório concluiu que os ataques nas cidades de Bentiu e Bor tiveram deliberadamente como alvo vítimas com base em sua etnia, nacionalidade ou percebido apoio a uma das partes envolvidas no conflito, disse a Missão da ONU por meio de um comunicado de imprensa.
O ataque em Bentiu, capital do estado de Unity, ocorreu depois que as forças de oposição retomaram o controle da cidade, o retirando das tropas do governo. O relatório diz que pelo menos 287 civis – principalmente comerciantes sudaneses e suas famílias, que foram alvejados com base em suas origens de Darfur – foram mortos em uma mesquita; antes, outros 19 civis foram mortos no Hospital Civil de Bentiu.
Dois dias depois, um local de proteção civil da UNMISS próximo à capital do estado de Jonglei, Bor, foi atacado por um grupo de homens armados que exigiam a expulsão de todos os jovens da etnia Nuer. Após entrar à força no local de proteção, uma multidão assassinou, saqueou e sequestrou pessoas deslocadas internamente, deixando pelo menos 47 pessoas mortas, todas identificadas no relatório.
Segundo as Nações Unidas, o conflito em curso no país tem consequências terríveis para a população civil, especialmente mulheres e crianças, que têm suportado o peso da violência. Mais de 1,9 milhão de pessoas permanecem deslocadas, com outros Estados na região hospedando quase 500 mil sul-sudaneses.