PERSONALIDADE FEMININA: CHIQUINHA GONZAGA
MULHERES FORTES NA HISTÓRIA DO BRASIL

Publicado em 04/03/2025
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CHIQUINHA GONZAGA
Chiquinha Gonzaga (1847-1935) foi uma compositora, pianista e regente brasileira, a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil combinando o popular com o erudito. Foi a autora da primeira marchinha de carnaval "Ó Abre Alas".
Em 87 anos de vida Chiquinha pagou caro com o preço da liberdade em uma época em que as mulheres não tinham o direito de pensar e agir por si mesmas, mas a compositora não se intimidou com as afrontas dos críticos de seu tempo.
Francisca Edwiges Neves Gonzaga, conhecida como Chiquinha Gonzaga, nasceu no Rio de Janeiro no dia 17 de outubro de 1847. Era filha de José Basileu Alves Gonzaga, primeiro-tenente, de família ilustre do Império, e Rosa Maria Neves Lima, mestiça, filha de uma escrava. Sua mãe sofreu ao ser rejeitada pela família de seu pai.
Chiquinha recebeu a mesma educação dada às crianças burguesas da época. Estudou português, cálculo, francês e religião com o Cônego Trindade amigo da família. Desde criança mostrou interesse pela música. Foi aluna do Maestro Lobo. Com 11 anos estreou como compositora com uma cantiga de Natal intitulada “Canção dos Pastores”.
Musicais
Depois de separada, Chiquinha voltou a viver da música. Dava aulas de piano e obteve grande sucesso compondo polcas, valsas, tangos e cançonetas. Ao mesmo tempo, juntou-se a um grupo de músicos de choro. Foi a necessidade de adaptar o som de seu piano ao gosto popular que lhe valeu a glória de se tornar a primeira compositora popular do país.
O sucesso de Chiquinha Gonzaga veio em 1877 com a composição "Atraente" um animado choro. A partir da repercussão de sua primeira composição impressa, Chiquinha resolveu se lançar no teatro de variedades, mesmo enfrentando o preconceito. Finalmente Chiquinha iniciou sua carreira de regente com a publicação da revista "A Corte na Roça", em 1885.
Suas músicas fizeram grande sucesso e Chiquinha recebeu vários convites de trabalho. Em 1897 todo o Brasil dançou sua estilização da dança rural "corta-jaca" sob a forma de "tango gaúcho". Sua carreira ganhou prestígio com a marcha-rancho "Ó Abre Alas", composta em 1899, a pedido dos componentes do cordão carnavalesco Rosa de Ouro:
Ô abre alas!
Que eu quero passar (bis)
Eu sou da lira
Não posso negar (bis)
Ô abre alas!
Que eu quero passar (bis)
Rosa de Ouro
É que vai ganhar (bis).
Em 1934, aos 87 anos, Chiquinha Gonzaga escreveu seu último trabalho a partitura da opereta "Maria". Como maestrina atuou em 77 peças teatrais tornando-se responsável por cerca de 2.000 composições. Foi cercada dessa glória que Chiquinha Gonzaga viveu em companhia de João Batista.
Chiquinha Gonzaga batalhou para receber os direitos autorais depois de encontrar em Berlim várias partituras suas reproduzidas sem autorização. Foi a fundadora, sócia e patrona da SBAT - Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, ocupando a cadeira n.º 1.
Reconhecimento e morte
Chiquinha foi considerada uma mulher à frente de seu tempo, pois viveu em uma época na qual as mulheres não tinham voz e eram submissas ao marido, mas fez diferente, pois se deu o direito de pensar e de agir por si mesma. Não se intimidava diante do que os outros podiam pensar ou dizer de seus atos.