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Castração química: especialistas dizem que usar remédio para tirar libido de pedófilos não impede ataques; entenda
Notícia
Publicado em 14/12/2024

A cada oito minutos, uma criança ou adolescente é vítima de violência sexual no Brasil. Com isso, os agentes públicos têm debatido como impedir esses crimes. Nesta semana, a Câmara aprovou a inclusão da “castração química” à pena de quem comete crime sexual, entre outras práticas envolvendo menores. No entanto, a medida é tida como controversa por especialistas por uma série de razões: a disfunção erétil não impede ataques e há consequências graves à saúde.

 

O projeto aprovado na Câmara, mas que ainda precisa passar pelo Senado, diz que quem cometer os crimes de estupro de vulnerável, prostituição infantil, aliciamento de menores ou portar, vender, gravar ou simular cenas de sexo com crianças e adolescentes será submetido à "castração química".

  Apesar do que o termo sugere, o procedimento não “castra” o criminoso. Na verdade, são usados medicamentos injetáveis ou orais que agem como inibidores de libido. Eles reduzem o desejo sexual e impedem a ejaculação, mas o efeito é temporário.

O médico psiquiatra Danilo Baltieri, coordenador do Ambulatório de Transtornos da Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC, e com o médico urologista Eduardo Miranda, da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), e eles explicam que não há evidência de que eliminar a libido possa conter a violência.

 

O psiquiatra Danilo Baltieri explica que a pedofilia é um transtorno psiquiátrico. Ele reforça que as pessoas que cometem crimes precisam ser punidas e defende o endurecimento das leis, mas afirma que, do ponto de vista científico, a terapia hormonal não impede a violência.

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