Um estudo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) revelou contaminação por microplásticos em todos os cães de cauda seca, também conhecidos como figos (Rhizoprionodon porosus), capturados no litoral pernambucano durante o ano. A pesquisa analisou 135 tubarões. em que foram encontrados microplásticos no estômago e intestinos, principalmente fibras azuis e películas pretas, resíduos da pesca e das atividades industriais da região. Esta espécie é inofensiva e comum na costa brasileira.
A ingestão destes materiais levanta preocupações sobre o consumo de peixe branco em humanos, particularmente entre comunidades ribeirinhas e pescadores, uma vez que os microplásticos podem transportar substâncias tóxicas como o mercúrio.
Para chegar à conclusão, Roger analisou o comportamento alimentar dos tubarões em relação às estações chuvosa e seca, à distância da costa e ao estágio de desenvolvimento da espécie.
A pesquisa contou com apoio do Laboratório de Ecologia e Gestão de Ecossistemas Costeiros e Estuarinos (Legece), do Departamento de Oceanografia e do Departamento de Estatística, ambos da UFPE, além do Instituto de Macromoléculas Eloisa Mano, do Rio de Janeiro.
Segundo os cientistas, os dados coletados são essenciais para o desenvolvimento de estratégias de conservação da espécie, principalmente no que diz respeito à contaminação por metais pesados, que será investigada em estudos futuros. “Os dados indicam a necessidade de apoio e novos estudos envolvendo a zona costeira pernambucana”, finaliza o pesquisador Roger Rafael Cavalcanti.