31 de outubro de 1517
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Publicado em 31/10/2024
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Reforma Protestante
A influência da Igreja Católica na Idade Média era intensa e se expressava no controle da mentalidade do povo, além da própria política e governo praticados pelos senhores feudais. No entanto, a transição do sistema feudal para o capitalismo e a passagem para a Idade Moderna provocaram mudança de pensamentos em toda a Europa.
O QUE FOI A REFORMA PROTESTANTE
A Reforma Protestante, ou Reforma Religiosa, foi um conjunto de movimentos religiosos de contestação ao poder exercido pela Igreja Católica. Os principais deles foram a Reforma Calvinista, a Reforma Luterana e a Reforma Anglicana na França, Alemanha e Inglaterra, respectivamente.O movimento foi liderado por Martinho Lutero e teve como ponto de partida a publicação de suas 95 teses em outubro de 1517. As 95 Teses de Lutero foram publicadas na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg criticando as vendas de indulgências. Tratavam-se de convites para que as doutrinas católicas fossem academicamente debatidas.
As teses foram impressas e distribuídas por estudantes, até chegar à Igreja Católica. Em 1520, o Papa Leão X redigiu a Bula Papal na qual condenava Lutero e exigia sua retratação, o que não obteve êxito. No ano seguinte, o Imperador Carlos V convocou a Dieta de Worms, assembleia na qual declarou o monge como um herege.
Lutero foi, então, acolhido pela nobreza alemã e dedicou-se a traduzir a Bíblia para o alemão, desenvolvendo os princípios para uma nova religião. A doutrina Luterana foi fundamentada em 1530 a partir da Confissão de Augsburg, escrita pelo discípulo de Lutero, Melanchthon.
Desde então, várias guerras religiosas foram empreendidas e só terminaram em 1555 com a Paz de Augsburg, acordo que determinava aos governantes a liberdade de escolha da religião praticada por eles e seus súditos dentro do Sacro Império. Os princípios de Lutero foram propagados pelo Calvinismo (França e Holanda) e Anglicanismo (Inglaterra).
Qual foi a causa da Reforma Protestante?
A principal causa da Reforma Protestante iniciada por Lutero foi o protesto contra os abusos do clero. O ponto primordial das críticas era a venda de indulgências, isto é, do perdão divino a quem pudesse pagar. A partir daí, sugeriu a proposta de reforma do catolicismo romano a partir da mudança em pontos da doutrina católica baseada no que Martinho entendia como um retorno às escrituras sagradas.
Embora tenha tido motivos iniciais religiosos, a Reforma Protestante sempre foi calcada em causas de cunhos sociais e políticos.
Quando e onde ocorreu a Reforma Protestante?
A Reforma Protestante aconteceu em diferentes países da Europa no século XVI. O movimento teve seu início com Martinho Lutero, na Alemanha de 1517. Mas, logo se estendeu para Suíça, França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e Leste europeu, principalmente Países Bálticos e Hungria.
A doutrina luterana encontrou respaldo entre a burguesia por defender as ideias de prosperidade e acúmulo de capital, dois fatores de fundamental importância em um período marcado pela transição do feudalismo para o capitalismo.
CALVINISMO
As ideias de Lutero foram absorvidas por toda a Europa especialmente por João Calvino, francês que viveu entre 1509 e 1564. Burguês influenciado pelo Humanismo, Calvino escreveu a Instituição da Religião Cristã que, mais tarde, tornou-se uma espécie de catequese calvinista.
Ampliou a doutrina luterana a partir do estabelecimento de novos princípios, entre eles, que não houvesse nenhuma imagem nas igrejas, nem sacerdotes paramentados. A base da religião seria a Bíblia dispensando a existência de um clero. Calvino pregava ainda que a salvação dos fiéis dependia de Deus, fincando a ideia da doutrina da predestinação.
ANGLICANISMO
O anglicanismo foi um dos elementos do protestantismo apoiado pelo rei Henrique VIII. Surgiu na Inglaterra em 1534, por motivos de abdicação. O rei era casado com Catarina de Aragão e tinham apenas uma filha. Portanto, o monarca não tinha ninguém para ocupar o trono em seu lugar.
O desejo do rei era divorciar-se e casar novamente, o que a Igreja Católica não permitia. Tanto que a anulação do casamento foi negada pelo Papa Clemente VII. Em 1534, o rei impôs então o Ato de Supremacia, através do qual estabeleceu a Igreja da Inglaterra.
Nele, o poder do Estado se sobrepôs ao poder da Igreja e ampliou o poder da monarquia. Graças a isso, o rei não estava mais sob a autoridade papal e poderia expropriar terras pertencentes à igreja.
Massacre da Noite de São Bartolomeu
Além das perseguições, eclodiram diversos conflitos sociais de cunho religioso em meio aos movimentos protestantes nos países europeus. Um dos episódios mais marcantes deste período ocorreu em 1572, quando cerca de 30 mil protestantes foram assassinados por católicos na França. Esse fato ficou conhecido como Massacre da Noite de São Bartolomeu.
Guerra Camponesa
Ao mesmo tempo que surgiram os conflitos sociais religiosos, a população organizou-se em movimentos que visavam estabelecer um sistema social mais justo. Estas incluem a Guerra dos Camponeses, movimento alemão de 1525 que, além do fim da propriedade privada, lutou pela abolição dos deveres dos servos, pela criação de um sistema agrário igualitário.
É claro que os rebeldes foram severamente reprimidos pela monarquia alemã. O movimento foi criticado até pelo próprio Lutero. Segundo ele, a existência de servos e senhores era vontade de Deus e por isso deveria ser respeitada.
O que foi a Contra-Reforma?
A Contra-Reforma foi a resposta da Igreja Católica às ações do movimento protestante com as medidas iniciadas no Concílio de Trento. Para evitar que as ideias se espalhassem para além dos países escandinavos e da Europa de Leste, ou seja, a Península Ibérica, a Inquisição foi reavivada, além de exercer a censura.
Em 1534, Inácio de Loyola criou uma ordem religiosa chamada Companhia de Jesus, cujos membros, os Jesuítas, eram “Soldados de Jesus”. O objetivo era combater o protestantismo através da difusão da fé católica. O Santo Ofício, responsável pelo Tribunal Inquisitorial, foi reativado.
O Concílio de Trento, realizado entre 1545 e 1563, criou o Index, uma lista de livros proibidos pela Igreja, que incluía livros científicos como Galileu e Giordano Bruno.
Consequências da Reforma Protestante
As ações tomadas pelos movimentos da Reforma Protestante foram notáveis e causaram divisões consideráveis entre a Igreja e as monarquias. Entre os principais podemos citar os seguintes: