O carcinoma lobular in situ (CLIS) é uma lesão precursora do câncer de mama, que aumenta em 4 vezes mais risco de câncer de mama (cerca de 1% ao ano). Geralmente diagnosticado ao acaso em biópsias e necessita pequena cirurgia para excluir lesões mais graves ao redor. O tratamento sugerido é o bloqueio da ação de hormônios femininos na mama.
Estima-se que apareça em cerca de 10% das biópsias alteradas. A lesão se caracteriza pelo aumento de camadas das células do revestimento dos ductos mamários (hiperplasia), associado a alterações no núcleo das células (atipias).
Como detectar a carcinoma lobular in situ (CLIS)?
As principais alterações mamográficas são microcalcificações e assimetrias focais. Mas, muitas vezes o diagnóstico ocorre por acaso, como achado incidental de biópsias realizadas por outros motivos.
Estas lesões raramente são palpáveis ou vistas em exames de ultrassom. Porém, podem aparecer em exames de ressonância magnética, geralmente na forma de realce.
A biópsia por agulha grossa (core/trocarte ou mamotomia) é a forma mais comum de detectar este tipo de alteração. Porém, este tipo de biópsia retira apenas uma amostragem de parte da lesão. Em cerca de 20% das vezes pode existir algo mais grave associado, tal como carcinoma ductal in situ ou carcinoma invasivo, que pode ter passado desapercebido neste tipo de biópsia.Portanto, as pacientes com achado de carcinoma lobular in situ em biópsias com agulha grossa geralmente são aconselhadas a realizar uma pequena cirurgia para retirada de toda a área ao redor da biópsia e descartar a presença de carcinoma ductal in situ ou carcinoma invasor.Como tratar o carcinoma lobular in situ (CLIS)?
Este tipo de lesão não é uma doença, mas apenas algo que pode aumentar o risco de aparecimento de câncer de mama. Numa analogia, seria como ter colesterol elevado que aumenta o risco de eventual infarto do miocárdio. Sendo assim, não existe necessidade de cirurgia, quimioterapia ou radioterapia.
Estudos sobre prevenção medicamentosa do câncer de mama (quimioprevenção) demonstraram que mulheres com carcinoma lobular in situ tem redução de ao menos 50% do risco com o uso de medicações que bloqueiam a ação dos hormônios femininos na mama, tais como tamoxifeno, raloxifeno ou inibidores de aromatase (anastrozol, letrozol ou examestano).
Portanto, a maioria das mulheres com carcinoma lobular in situ é aconselhada a utilizar este tipo de medicação após o diagnóstico. Obviamente, deve haver avaliação pelo mastologista para checar se não existem contra-indicações a estes medicamentos.
Em resumo, podemos dizer que a carcinoma lobular in situ é uma lesão de risco para câncer de mama, que pode estar acompanhada por lesões mais graves e necessita de retirada cirúrgica de toda a área suspeita. Após a confirmação do diagnóstico, sugere-se o uso de medicações preventivas para diminuir o risco de câncer de mama no futuro.