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Publicado em 04/10/2024

15 curiosidades sobre a Bolívia: história, cultura e gastronomia

 

1. O nome do país é uma homenagem a Bolívar

Pode parecer óbvio, mas vale explicar: a origem do nome “Bolívia” vem do nome do militar e político Simón Bolívar, o grande percursor da libertação da Bolívia e da independência da América do Sul no século 19.

 

2. Mas você sabia que o país mudou de nome?

O que a gente não sabia é que o país mudou de nome! Em 2009, o país que se chamava República de Bolivia passou a se chamar Estado Plurinacional de Bolivia, mesma data em que foi aprovada a nova constituição nacional.

Tudo isso obra do presidente Evo Morales que, não satisfeito, também mudou o tempo de mandato de um presidente de 4 para 5 anos.

A explicação mais plausível para tanta mudança era de que o Presidente desejava emplacar um terceiro mandato, o que até então não era permitido – mas agora estamos falando de um “novo país” (pelo menos o nome é novo). Tudo isso permitiria sua permanência por até 20 anos no comando.

Não que a gente tenha gostado de saber disso, mas achamos que essa é uma das mais controversas curiosidades da Bolívia.

 

3. Bolívia de extremos: dos 0 aos 40 graus, dos 0 aos 4.000 metros de altitude

Se você pretende conhecer diferentes destinos do país, é bom preparar uma mala bem eclética: o clima pode variar do calor tropical ao frio polar. Em uma única viagem à Bolívia, é possível conhecer florestas tropicais, montanhas nevadas e desertos.

Da mesma forma, sua viagem pode começar tranquilamente no nível do mar e chegar no ar rarefeito dos 4.000 metros. Para isso, é bom estar bem prevenido contra o soroche: leia mais sobre o temido mal de altitude e saiba como evitar o mal estar devido à falta de oxigênio.

Quem viaja para Bolívia deve estar preparado para o ‘soroche’ – o mal de altitude. 

 

4. Já experimentou coca?

A gente experimentou, e não gostou nada dessa folhinha amarga. Mas ela pode ser um ótimo remédio para combater o soroche, devido aos seus efeitos terapêuticos. E uma das curiosidades da Bolívia é que você vai encontrar coca por todos os lados (nas cidades de alta altitude): ela faz parte dos costumes locais e os povos andinos a consomem diariamente, como se fosse algo delicioso!

A coca pode ser encontrada em algumas variações: folhas (que você deve mascar e não engolir), chás, balas… Sim, é da folha que se extrai a cocaína, mas é necessário uma quantidade absurda de folhas e um processo químico violento para a folha virar pó (ao contrário da coca, a cocaína é ilegal no país). Aproveite para aprender mais sobre a coca no Museu da Coca em La Paz.

 

5. Bruxaria: aqui temos!

Com origens indígenas e colonização espanhola, a religiosidade na Bolívia é baseada no sincretismo: uma incrível mistura do catolicismo com rituais pagãos praticados pelos índios.

E uma das curiosidades sobre a Bolívia que achamos muito interessante está ligada à questão religiosa: estamos falando das oferendas à Patcha Mama, a Deusa Terra. Um exemplo dessas oferendas é que, quando se quer construir uma casa, deve ser enterrado no terreno (antes da construção do imóvel) um feto de lhama desidratado (e o tamanho do feto vai depender do tamanho do imóvel).

Para completar, ainda existe uma lenda urbana que diz que, em construções bem grandiosas, a oferenda deve ser um sacrifício humano, onde uma pessoa é enterrada viva na fundação.

Sacrifícios humanos à parte, existem os chamados Mercado das Bruxas, onde você encontra não só os fetos de lhama, como poções mágicas, ervas, sapos secos e tudo mais pra uma oferenda completa. Então pode colocar na lista: visitar um Mercado das Bruxas na Bolívia é algo imperdível, e o melhor lugar para fazer isso é em La Paz.

 

6. Hablamos español y mucho más

O país conta com mais de 30 línguas oficiais, além do espanhol. Isso porque o país reconhece todas as línguas indígenas como idiomas oficiais. Mais de 45% da população fala alguma língua indígena, dentre elas: quéchua, aymara, chimán, guaraní, moré, yuki… e segue a lista! Uma misturada que faz da Bolívia um país único!

 

7. Cholitas: a marca registrada da Bolívia

A Bolívia tem o maior percentual de indígenas do nosso continente: cerca de 60% são indígenas ou descendentes diretos. Você vai perceber isso logo de cara, mas o que mais se destaca por aqui são as cholitas, com suas saias rendadas e volumosas, chales, blusas rendadas e chapéu. Sem faltar as duas longas tranças, é claro.

 

8. A Bolívia não tem mar. Mas já teve.

A Bolívia já teve mais de 400km de costa, mas por conta da Guerra do Pacífico, perdeu o acesso que tinha ao mar, saindo o Chile vitorioso dessa batalha. Um acordo de paz assinado pelos países na época delimitou as novas áreas dos países, onde o Chile dizia que a Bolívia teria trânsito comercial livre – o que não aconteceu na prática.

Até hoje o povo boliviano reclama esse acesso ao mar. Em diversas cidades e estradas que passamos, vimos citações sobre essa passagem ao mar, lembrando que o caso ainda não foi superado. O caso segue sem solução e os dois países não chegam a um acordo.

 

9. E já teve treta com o Brasil também

Uma das curiosidades sobre a Bolívia que nos deixou bem reflexivos: de acordo com registros, o Mato Grosso do Sul fazia parte da Bolívia. Depois de um conflito, o Brasil tomou essa área para si na mão grande.

E não foi só isso: o estado do Acre também já foi território boliviano. Registros dizem que, sabendo de uma possível ameaça ao seu território, o presidente boliviano José Manuel Pando Solares aceitou um cavalo branco e mais uma quantia em dinheiro oferecida pelo Brasil, em troca do território que conhecemos como Acre.

 

10. Prisão sem guardas

Segura essa: bem no coração de La Paz existe uma prisão onde simplesmente não existem guardas, a Prisão de San Pedro. Isso mesmo: menos de 15 oficiais fazem o controle do perímetro, da entrada e da saída apenas. Lá dentro são os presos que dão as regras e controlam tudo. E não é só isso: nessa prisão é permitido que a família more com o detento no interior, as mulheres e as crianças têm livre acesso a entrada e saída.

 

11. Alguns relógios giram ao contrário

Em uma das principais praças de La Paz, a Plaza Murillo, está o relógio do Sol, que gira ao contrário. Depois ficamos sabendo que há outros relógios pelo país funcionando no sentido anti-horário.

A explicação: uma medida do governo boliviano para simbolizar e resgatar as raízes dos seus povos indígenas, que tinham relógios solares que se moviam no sentido anti-horário. Vale ressaltar que os primeiros relógios inventados na Europa utilizavam a sombra como marcador e, por estar no hemisfério norte, se movia no sentido horário. Já no hemisfério sul a sombra se move no sentido anti-horário.

 

12. Potosí, a ex-cidade mais rica do mundo

No período colonial lá dos séculos 16 e 17, Potosí

era a cidade mais rica do mundo. Tudo por causa do Cerro Rico, uma mina riquíssima de prata que é o símbolo da cidade. Foi tanto metal que saiu de lá, que dizem que seria possível construir uma ponte ligando Potosí a Espanha, apenas usando a prata extraída.

A verdade é que seu povo já estava sendo cruelmente escravizado pelos espanhóis e a prata já tinha destino certo, mas Potosí teve uma grande importância para economia mundial, sendo produtora de moedas para diversos países.

 

13. A estrada mais perigosa do mundo fica na Bolívia

E ela não poderia ser reconhecida por um nome mais simpático: “Estrada da Morte da Bolívia”, ou ainda, “Camino a Los Yungas”.

A estrada já fez uma quantidade absurda de vítimas que se acidentaram em seus precipícios que chegam aos 4.700 de altitude. Atualmente há uma rodovia alternativa muito mais segura, e a estrada da Morte virou ponto turístico: milhares de viajantes vão até lá para descer pela Estrada da Morte de bicicleta.

 

14. O maior deserto de sal do mundo também fica na Bolívia

O maior e mais alto deserto de sal do mundo está aqui na Bolívia. O Uyuni está a 3.600m acima do nível do mar e ocupa uma imensidão de 10.000 km2 de extensão. Destino certo entre praticamente 100% dos viajantes que chegam à Bolívia, o Uyuni é realmente imperdível. Há diferentes maneiras de explorar o deserto de sal e em breve mostraremos tudo por aqui.

 

15. E o berço da civilização inca? Fica no Lago Titicaca… na Bolívia também!

Aos 3.800 metros de altitude, o lindo Lago Titicaca leva o título de lago navegável mais alto do mundo, sendo também o maior da América do Sul. O lago se estende tanto pelo Peru quanto pela Bolívia, mas é do lado boliviano que encontramos a Isla del Sol que, segundo a lenda, foi o berço da civilização inca.

 

Foi nessa linda ilha que, após uma grande enchente seguida de escuridão, o Deus Inca Viracocha criou o Deus Sol (sim, o astro Sol é um Deus para os incas) para iluminar essas terras. Viracocha ainda enviou seus dois filhos (Monca Capa e Mama Ocllo) para ensinarem aos humanos noções básicas de sobrevivência, como caçar e construir abrigo. Seus filhos são então considerados os fundadores do Império Inca.

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