Caracterizada pelo aumento excessivo do clitóris, a hipertrofia do clitóris pode causar desconforto físico e psicológico, afetando a qualidade de vida de muitas mulheres. “Além do desconforto físico, como irritação e dor durante atividades diárias, as mulheres com hipertrofia clitoriana relatam vergonha devido às alterações na aparência da genitália”, comenta Fernando Amato, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Alguns fatores podem levar à essa condição, como desequilíbrios hormonais. Condições de saúde como a hiperplasia adrenal congênita podem levar ao aumento do clitóris devido à produção excessiva de hormônios masculinos. O uso de esteroides ou medicamentos androgênicos também. Substâncias androgênicas, usadas por tratamento médico ou de forma indevida, também podem causar este aumento. E há casos de condições congênitas, em que o aumento do clitóris é uma característica desde o nascimento, sem estar associado a outras condições médicas.
Tratamentos
A clitoroplastia, procedimento cirúrgico que visa diminuir o tamanho do clitóris, pode ser indicada e proporciona alívio dos sintomas e retoma a autoestima e a qualidade de vida das pacientes.
“Uma das tecnologias disponíveis para a cirurgia de redução do clitóris é o laser, que apresenta várias vantagens em relação às técnicas tradicionais, incluindo maior precisão, menor risco de sangramento e recuperação pós-operatória mais rápida e confortável”, explica Amato.
A cirurgia clitoriana a laser permite incisões mais precisas, minimizando danos aos tecidos e preservando a sensibilidade e função do clitóris. Além disso, o laser promove uma cicatrização mais rápida e menos dolorosa, reduzindo o tempo de recuperação e o risco de complicações pós-operatórias.
Além da clitoroplastia, há outros procedimentos indicados para correções do clitóris que podem devolver a qualidade de vida à mulher:
Clitoropexia: Cirurgia que ajusta a posição do clitóris sem remover qualquer parte dele, reposicionando-o e fixando-o em tecidos profundos, deixando o clitóris mais escondido. Fernando Amato explica que este procedimento pode ser indicado para a mulher que busca melhorias estéticas ou a correção de exposição excessiva do clitóris, que pode ocorrer por diversos motivos, incluindo mudanças naturais, acidentes ou cirurgias anteriores. “O principal objetivo é preservar a funcionalidade e a sensibilidade da área, enquanto se melhora a estética e o conforto da paciente”, comenta o médico.
Clitorotomia : Diferentemente da clitoropexia, na clitorotomia há a ressecção de tecido clitoriano, conhecido como corpo cavernoso, que é a estrutura que dá projeção e volume do clitóris, preservando apenas a área sensitiva. Esse tipo de cirurgia é indicado para tratar hipertrofia clitoriana, quando não é possível a fixação com clitoropexia.
No pós-operatório de uma cirurgia na região íntima podem acontecer inchaço e desconforto, que poderão ser tratados com medicamentos prescritos pelo especialista que realizou a cirurgia. O período de recuperação é individual e inclui repouso e limitação de atividades físicas por algumas semanas, conforme a avaliação do cirurgião.