No dia 11 de setembro de 2001, o mundo assistiu ao desabamento do maior ícone da supremacia econômica norte-americana: as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. O atentado fez parte de um ataque terrorista da organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda. Quatro aviões que faziam voos comerciais foram interceptados pelos terroristas. Dois foram atirados de encontro às torres gêmeas. O terceiro avião, que os terroristas tinham a intenção de jogar contra o Pentágono, caiu na Vírginia, nos arredores de Washington D.C. O quarto, caiu em um campo na Pensilvânia. Não houve sobreviventes em nenhum dos voos.
A Globo foi a primeira TV aberta brasileira a mostrar um flash do atentado terrorista nos EUA. Às 9h52 – apenas sete minutos após o choque do primeiro avião na Torre Norte – a emissora pôs no ar as primeiras imagens que chegavam da CNN.
À noite, o ‘Jornal Nacional’ apresentou uma edição especial com uma hora de duração, e o noticiário bateu o recorde de audiência daquele ano. Em Nova York, os correspondentes Edney Silvestre, Zileide Silva, Heloísa Villela, Jorge Pontual, a coordenadora Simone Duarte, a produtora Joana Studart Pereira e os cinegrafistas Orlando Moreira, Hélio Alvarez e Sherman Costa, além de Luís Fernando Silva Pinto, em Washington, saíram em busca de imagens que as redes de TV norte-americanas não mostravam. Foram entrevistadas, nas ruas, pessoas que sobreviveram à tragédia, inclusive brasileiros que estavam em Nova York. Durante o telejornal, Zileide Silva fez diversas entradas ao vivo, dando as últimas informações.
Em Londres, os repórteres Ernesto Paglia e Marcos Losekann acompanharam os reflexos dos atentados na Europa. De Beirute, no Líbano, o repórter Mounir Safatli deu informações, por telefone, sobre a repercussão no Oriente Médio. O telejornal exibiu também entrevistas com analistas políticos e especialistas em relações internacionais que não hesitaram em afirmar que o mundo seria outro depois daquela terça-feira. Aquela fora a maior agressão externa sofrida pelos Estados Unidos em seu território.
Para William Bonner a edição do ‘JN’ foi um trabalho heroico. “Todo o mundo se envolveu, aqui e no exterior, e o resultado foi uma riqueza de informações brutal. Essa equipe pequena conseguiu se mexer para fazer história. Eu acho que nada se compara àquilo”, disse Bonner em entrevista ao Memória Globo.
Em outubro de 2002, o ‘Jornal Nacional’ foi indicado pela Academia Nacional de Artes e Ciências da Televisão dos Estados Unidos ao prêmio Emmy Internacional, pela cobertura dos atentados de 11 de setembro. Trabalhos do mundo inteiro concorreram ao prêmio, uma espécie de Oscar da televisão para emissoras estrangeiras. A Globo foi uma das quatro finalistas, ao lado da alemã RTL e das britânicas ITN e BBC. A vencedora acabou sendo a Rede BBC, que concorreu com uma série de reportagens sobre a tomada de Cabul pelas tropas americanas.