Quais as maiores descobertas científicas brasileiras?
Os brasileiros também são donos de não uma, mas de várias descobertas em várias áreas que ajudaram no progresso da ciência e beneficiaram de forma direta milhões de pessoas. O momento em que elas foram feitas coincide com uma efervescência científica nacional, que aconteceu na primeira metade do século XX.
Essa efervescência foi que influenciou a formação de cientistas e na fundação de instituições como a Academia Brasileira de Ciências (1916), a Universidade de São Paulo (1934) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1961).
Contudo, a ditadura militar acabou prejudicando a produção de conhecimento. Até porque, os estudiosos eram perseguidos, presos ou exilados. Segundo o último levantamento do portal Ciência na Ditadura, pelo menos 483 cientistas foram censurados de alguma forma.
1 – Especificidade do soro – Vital Brazil, médico imunologista, 1898
O soro antiofídico foi criado em 1894 pelo francês Albert Calmett com o objetivo de tratar picadas de cobras venenosas. Nessa época, acreditava-se que ele agia de forma universal a partir do veneno de uma única espécie, a naja.
Mas o brasileiro acreditava que cada tipo de veneno de cobra tinha que ser tratado de uma maneira específica. Foi então que Vital Brazil produziu antídotos diferentes para a picada da cascavel e da jararaca. Outra invenção dele foi também o soro polivalente, eficaz para um grupo de cobras.
2 – Doença de Chagas – Carlos Chagas, médico sanitarista, 1909
Das descobertas brasileiras que mudaram o mundo essa com certeza foi uma. Até porque, nunca na história da medicina alguém tinha identificado o ciclo completo de uma doença.
Então, o médico trouxe esse ciclo, que vai desde o vetor (besouro barbeiro), agente causador (protozoário Trypanosoma cruzi), reservatório doméstico (gato), características, complicações até os meios de combate.
Essa descoberta foi feita ao mesmo tempo em que ele estava combatendo a malária em Minas Gerais. O médico teve reconhecimento internacional e batizou o nome da doença, além de também ter se tornado um nome importante no combate a moléstias tropicais.
3 – Processo Urca – Mário Schenberg (e George Gamow, EUA), astrofísicos, 1940
Esse processo descreve a explosão de uma supernova, em que a presença de partículas chamadas neutrinos acarreta no desaparecimento de energia no núcleo da estrela. Isso por sua vez provoca seu colapso e explosão.
O nome do processo faz referência ao extinto cassino da Urca, no Rio de Janeiro. Isso porque Schenberg dizia que “a energia das supernovas desaparece tão rápido quanto o dinheiro dos apostadores aqui presentes”.
4 – Partícula méson pi – César Lattes (e Cecil Frank Powell, Reino Unido, e Giuseppe Occhialini, Itália), físicos, 1947
Outra dentre as descobertas brasileiras está essa partícula presente no núcleo dos átomos. Essa descoberta foi fundamental para entender as forças que atuam nessa região atômica e também sua estabilidade.
Tanto que ela deu origem a um novo campo de estudo e rendeu o Nobel de Física em 1950, mas apenas para Powell.
5 – Bradicinina – Maurício Rocha e Silva, farmacologista, 1949
A bradicinina é um vasodilatador que está presente no sangue e é importante no controle da hipertensão. Essa descoberta foi feita com a ajuda de Wilson Beraldo e Gastão Rosenfeld enquanto eles analisavam a ação do veneno de jararaca em um cachorro.
Desde os anos 1970, vários remédios para a doença tem a bradicinina na sua fórmula.
6 – Bactérias fixadoras de nitrogênio – Johanna Döbereiner, agrônoma, década de 1950
Brasileiras também fizeram descobertas que mudaram o mundo. Por exemplo, Döbereiner conseguiu identificar tipos específicos de bactérias que ajudam na nutrição das plantas através da fixação de nitrogênio em suas raízes.
Essa descoberta ajudou a reduzir o impacto ambiental e também a deixar a produção nacional de soja mais barata.