Que tal passar umas férias em uma ilha cuja população é quase inteiramente formada por cobras? Esse lugar existe — e, pasme, é localizado no Brasil. A Ilha da Queimada Grande, também conhecida como Ilha das Cobras, fica a 35 km do litoral de São Paulo, entre as cidades de Itanhaém e Peruíbe.
Essa ilha tem a segunda maior concentração de cobras do mundo: há 45 delas por hectare, perdendo apenas para a Ilha de Shedao, na China. O mais curioso é que quase todas as cobras são da mesma espécie: a jararaca-ilhoa. Mais curioso ainda é o fato de essa espécie existir exclusivamente nessa ilha.
Caso você esteja cogitando "dar um pulinho" lá, listamos oito fatos inusitados sobre essa ilha.
1. Ela foi descoberta por colonizadores portugueses
A Ilha da Queimada Grande foi descoberta no ano de 1532 pela expedição do colonizador português Martim Afonso de Souza. Uma das primeiras ações desse grupo foi atear fogo na ilha, costume que era mantido na época para evitar a má sorte. Daí surgiu o nome de “Queimada Grande”.
2. A jararaca-ilhoa é venenosa
O veneno da espécie de cobra que mora nessa ilha é estudado pelo Instituto Butantan, sendo considerado muito poderoso. Se mordida, uma pessoa morre por falência geral de órgãos após 2 horas. No entanto, o veneno desse animal é considerado mais tóxico para aves do que para mamíferos.
3. O veneno também é um remédio
Ainda que esse veneno seja perigosíssimo, não dá para dizer que ele não tenha utilidade ao homem: sua “peçonha” (substância tóxica) é usada na elaboração de remédios para a hipertensão.
4. “Prêmio” de lugar mais perigoso do mundo Em 2010, o site
Listverse escolheu a Ilha da Cobras como o lugar mais perigoso do mundo, ficando na frente até de Chernobyl
(onde ocorreu o terrível acidente nuclear em 1986) e a “Estrada da Morte”, na Colômbia.
5. Um local isolado de visitantes
Se mesmo com essa fama você quiser chegar à Ilha das Cobras, saiba que não será fácil, pois esse é um lugar de difícil acesso. A ilha não tem praias, pois é rodeada por rochedos e penhascos, então lá não há água potável. Na verdade, somente a Marinha é autorizada a entrar na ilha — e não há nenhum humano vivendo lá.
6. A ilha é alvo de biopirataria
Mesmo que apenas membros da Marinha possam chegar lá, a ilha é alvo de biopirataria (extração e apropriação ilegal de recursos naturais para fins comerciais). Os “piratas” pegam as cobras para vendê-las no mercado clandestino. Por esse motivo, a jararaca-ilhoa está sob risco de extinção.
7. Lendas sobre a “ilha fantasma”
Por seu caráter inusitado, a Ilha das Cobras conta com várias lendas. Uma delas é que as cobras teriam sido colocadas lá por piratas para proteger um tesouro. Outra história é sobre uma família que teria ido morar lá em 1920 para cuidar do farol, mas teria sido encontrada morta depois de um tempo. A lenda é que até hoje dá para se escutar na ilha a risada da filha do casal.
Bônus:
Antigamente pessoas viviam lá
No início de 1900, havia um faroleiro na ilha para mantê-lo funcionando. Como diz a lenda, o último faroleiro e sua família não conseguiram escapar, pois acredita-se que as cobras entraram em sua casa pelas janelas abertas. É assustador pensar que alguém moraria na ilha e, pior ainda, ter medo do que está lá fora o tempo todo.
As cobras não são o único perigo da Ilha da Queimada Grande
Além do enorme número de cobras, nessa ilha não existe fonte de água potável. A temperatura é muito alta, e o desembarque é muito complicado, pois sua costa é repleta de penhascos e rochedos. Não é de se espantar que em 2010, o site Listverse elegeu essa ilha como o lugar mais perigoso do mundo para se visitar.