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Às terças... coisas de mulher
Espaço Mulher
Publicado em 04/06/2024

 

A menopausa é definida pela ausência de menstruação (amenorreia) por 12 meses consecutivos e é determinada de forma retroativa, representando o término, permanente, da menstruação. O período marca o fim da fase reprodutiva feminina, que ocorre, geralmente, entre os 45 e 55 anos de idade.

 

Antes, porém, ocorre o climatério, momento que antecede a menopausa. Diversas mudanças físicas ocorrem nessa passagem. O conhecimento dos sinais e sintomas permite cuidados individualizados, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar nos anos seguintes. Quando esse processo ocorre antes dos 40, é classificado como precoce.

 

Em geral, os óvulos que a mulher vai liberar ao longo da vida já estão presentes no corpo feminino desde o nascimento. Essa reserva é usada da primeira menstruação (menarca) até a última (menopausa). As mulheres não formam novos folículos ao longo da vida e quando todos eles morrem, os ovários chegam ao fim da sua vida útil. Nessa etapa, as concentrações dos hormônios femininos — estrogênio e progesterona — caem de forma permanente.

 

Quando o assunto são os sinais, para muitas mulheres, a chegada do climatério provoca irregularidades menstruais, hemorragias ou escassez no fluxo. Já a chegada da menopausa propriamente dita, podem trazer outros sintomas, tais como:

 

– Ondas de calor ou fogachos, com episódios súbitos de sensação de calor no rosto, pescoço e na parte superior do tronco. Geralmente, vêm acompanhados de vermelhidão no rosto, suores, palpitações no coração, vertigens e cansaço muscular;

 

– Manifestações como, dificuldade para esvaziar a bexiga, dor, perda de urina, infecções urinárias e ginecológicas, ressecamento vaginal, dor na penetração e diminuição da libido;

 

– Aumento da irritabilidade, instabilidade emocional, choro descontrolado, depressão, distúrbios de ansiedade, melancolia, perda da memória e insônia;

 

– Alterações no vigor da pele, dos cabelos e das unhas, que ficam mais finos e quebradiços;

 

– Alterações na distribuição da gordura corporal, que passa a se concentrar mais na região abdominal;

 

– Perda de massa óssea característica da osteoporose e da osteopenia;

 

– Risco aumentado de doenças cardiovasculares.

 

Mesmo com a chegada da menopausa, a mulher deve manter o acompanhamento ginecológico regularmente. Além disso, alguns hábitos podem auxiliar na qualidade de vida, tais como manter o peso adequado, uma alimentação saudável, rica em cálcio e vitamina D e pobre em gorduras saturadas, evitar o uso de cigarros e consumo de álcool ou cafeína, praticar atividades físicas regulares, além de práticas integrativas e complementares.

 

Principais exames para menopausa

 

Para confirmar se a falta de menstruação é, de fato, indicativo da menopausa, o ginecologista pode recomendar a realização de exames de sangue, sendo os principais:

 

1. FSH

 

O FSH, ou hormônio folículo-estimulante, é um hormônio que tem como função na mulher promover a maturação dos óvulos durante a idade fértil e, por isso, é considerado um hormônio relacionado à fertilidade. Os valores de FSH variam de acordo com o período do ciclo menstrual e idade da mulher.

 

Esse é um dos principais exames solicitados pelo ginecologista para determinar a menopausa, feito em dois momentos diferentes, com um intervalo de 6 semanas entre os exames, podendo ser verificado valores elevados do hormônio, indicando que há diminuição da função ovariana. Veja mais sobre o exame FSH.

 

O exame de FSH normalmente é indicado para mulheres entre 40 e 45 anos com sintomas de menopausa ou mulheres com menos de 40 anos quando existe suspeita de menopausa, e não deve ser feito para diagnosticar a menopausa em mulheres que utilizam anticoncepcionais contendo estrogênio ou progesterona, ou apenas progesterona em altas doses.

 

2. LH

 

Assim como o FSH, o LH, também chamado de hormônio luteinizante, é um hormônio responsável nas mulheres pela ovulação e produção de progesterona, também relacionado com a capacidade reprodutiva. As concentrações de LH variam de acordo com a fase do ciclo menstrual, sendo verificado valores mais altos durante o período ovulatório.

 

Normalmente, valores muito elevados de LH são indicativos de menopausa, principalmente se também for verificado aumento do FSH.

 

3. Estradiol

 

O exame de estradiol pode ser indicado pelo ginecologista para avaliar o funcionamento dos ovários, o que ajuda a investigar a causa da ausência de menstruação.

 

No entanto, esse exame sozinho não confirma a menopausa, sendo necessários outros exames, principalmente o de FSH, uma vez que os níveis de estradiol no corpo podem variar de acordo com a fase do ciclo menstrual e idade da mulher

 

4. Hormônio antimülleriano

 

O hormônio antimülleriano é um hormônio produzido pelos ovários durante a fase reprodutiva da mulher, sendo normalmente indicado para avaliar a reserva ovariana no diagnóstico de infertilidade, falência ovariana prematura, hipogonadismo hipogonadotrófico ou até síndrome dos ovários policísticos.

 

No entanto, alguns estudos têm demonstrado que o exame do hormônio antimülleriano pode ajudar a prever quando a menopausa poderá iniciar, uma vez que durante a perimenopausa, que pode surgir até 10 anos antes da última menstruação, não tendo uma idade certa para ocorrer, porém é mais comum ocorrer por volta dos 40 anos, o número de folículos ovarianos diminui.

 

5. Cortisol

 

O cortisol é um hormônio naturalmente produzido pelo corpo com o objetivo de ajudar o organismo no controle do estresse e na diminuição da inflamação. No entanto, quando esse hormônio está em concentrações mais altas no sangue, pode trazer alguns prejuízos para a saúde, incluindo alterações no ciclo menstrual devido à desregulação dos hormônios femininos, fazendo com que a mulher passe períodos sem menstruar.

 

Por isso, com o objetivo de investigar as alterações no ciclo menstrual apresentadas pela mulher, o médico pode solicitar a dosagem do cortisol para verificar se é sinal de menopausa ou é de fato consequência de alterações hormonais provocadas pelos níveis elevados de cortisol.

 

6. Prolactina

 

A prolactina é um hormônio responsável por estimular as glândulas mamárias a produzirem leite durante a gestação e amamentação, além de também ser importante para regular outros hormônios femininos, interferindo na ovulação e na menstruação. 

 

O aumento dos níveis de prolactina no sangue fora da gravidez pode levar ao aparecimento de alguns sinais e sintomas, como dificuldade para engravidar, menstruação irregular ou ausência de menstruação e sintomas de menopausa, sendo, portanto, indicado pelo ginecologista para confirmar a menopausa.

 

7. hCG

 

O hCG é um hormônio produzido durante a gravidez e que tem como função mantê-la, evitando a descamação do endométrio, que é o que acontece na menstruação. Na investigação da menopausa, o médico pode indicar a realização da dosagem de hCG no sangue ou na urina para verificar se a ausência da menstruação é devido à gravidez ou a alterações hormonais que sejam indicativas de menopausa.

 

8. Hormônios da tireoide

 

Os exames de hormônios da tireoide, especialmente o TSH, podem ser solicitados pelo ginecologista como forma de investigação da causa da ausência de menstruação, menstruação irregular, ganho de peso ou diminuição da libido, que são sintomas comuns do hipotireoidismo e da menopausa. 

 

Assim, o médico pode verificar se os sintomas são devido a alterações na glândula tireoide ou são indicativos de menopausa.

 

Exame de farmácia da menopausa

 

É possível fazer um exame rápido de farmácia para detectar a menopausa e que tem como objetivo detectar a quantidade do hormônio FSH na urina, devendo o teste ser realizado da seguinte forma:

 

• Colocar a urina em um frasco limpo e seco;

 

• Inserir a tira do exame dentro do frasco durante cerca de 3 segundos;

 

• Esperar 5 minutos e avaliar o resultado.

 

A urina pode ser coletada em qualquer hora do dia e o resultado positivo é dado quando surgem 2 linhas no teste, sendo uma de cor mais escura que a linha de controle. Em caso de resultado positivo, a mulher pode estar na menopausa ou na pré-menopausa, devendo consultar um ginecologista para que seja feita a confirmação e seja iniciado o tratamento caso haja necessidade. Na maioria das vezes, este é feito com reposição hormonal

 

Tratamento para menopausa: remédios, opções naturais e alimentação

 

O tratamento da menopausa pode ser feito com o uso de medicamentos hormonais, como a terapia de reposição hormonal ou uso de gel vaginal, mas também existem opções de remédios naturais, que podem ser indicados pelo ginecologista para ajudar a aliviar os sintomas da menopausa, como ondas de calor, suor noturno ou secura vaginal.

 

A menopausa é o momento marcado pelo fim da idade fértil da mulher em que os ovários deixam de produzir estrogênio e, por isso, ocorre o fim dos ciclos menstruais, e o surgimento dos sintomas, na maioria das mulheres.

 

O tratamento para menopausa deve ser feito sempre com indicação do ginecologista, pois algumas mulheres possuem contraindicações, especialmente para os remédios hormonais, como ocorre no caso das que têm histórico de câncer de mama ou de endométrio, lúpus, porfiria ou tiveram infarto ou AVC.Remédios para menopausa

 

Os principais remédios que podem ser indicados pelo ginecologista para o tratamento da menopausa são:

 

1. Terapia de reposição hormonal

 

A terapia de reposição hormonal (TRH), com remédios ou adesivo contendo estrogênio e/ou progesterona ou gel de absorção na pele, é indicada para aliviar os sintomas de ondas de calor, cansaço excessivo, secura vaginal. Também ajuda a prevenir a osteoporose, pois repõe a quantidade de estrogênio no organismo, que tem sua quantidade diminuída na menopausa.

 

Os principais remédios indicados na terapia de reposição hormonal são:

 

• Estradiol e didrogesterona (Femoston Conti);  

 

• Valerato de estradiol e acetato de ciproterona (Climene);  

 

• Estrogênios conjugados (Premarin):

 

• Tibolona (Libian ou Reduclim);

 

• Acetato de medroxiprogesterona (Provera).

 

Além disso, pode ser indicado pelo médico o estradiol na forma de adesivo, como o Estradot, por exemplo, para ser aplicado na parte inferior do abdômen.

 

A terapia de reposição hormonal deve ser feita somente se recomendado pelo ginecologista, pois é contra-indicada para mulheres com histórico pessoal ou familiar de câncer de mama ou de útero, trombose, problemas circulatórios, histórico de infarto ou derrame cerebral, ou doenças no fígado, como cirrose.

 

2. Estrogênio vaginal

 

O estrogênio vaginal é um gel, creme, comprimido ou anel vaginal, que contém pequenas quantidades de estradiol, liberadas diretamente nos tecidos vaginais (também ocorre pequena absorção do estrogênio no sangue), o que ajuda a melhorar a lubrificação feminina e aliviar os sintomas de secura ou atrofia vaginal, dor ou desconforto durante o contato íntimo.

 

3. Antidepressivos

 

Os antidepressivos em baixas doses também podem ser indicados pelo ginecologista para ajudar a aliviar as ondas de calor, ansiedade e a depressão, especialmente em mulheres que possuem contra-indicações para a terapia de reposição hormonal.

 

Alguns exemplos de antidepressivos que podem ser indicados são:

 

• Paroxetina;

 

• Fluoxetina;

 

• Sertralina;

 

• Venlafaxina;

 

• Desvenlafaxina.

 

Esses antidepressivos devem ser usados somente com indicação do ginecologista e pelo tempo de tratamento indicado pelo médico.

 

4. Anticonvulsivantes

 

Os anticonvulsivantes geralmente são remédios indicados para o tratamento de convulsões ou epilepsia, no entanto podem ser indicados para aliviar as ondas de calor da menopausa, especialmente em mulheres que possuem contra-indicações para utilização de estrogênios, sendo a gabapentina, o principal anticonvulsivante que pode ser indicado.

 

 

Opções de tratamento natural

 

O tratamento natural da menopausa pode ser feito com o uso de remédios fitoterápicos e homeopáticos que também devem ser receitados pelo médico.

 

As principais opções de tratamento natural para a menopausa são:

 

 Fitoterápicos

Os fitoterápicos, especialmente, a isoflavona da soja, podem ser indicados como terapia de reposição hormonal natural na menopausa, pois possuem ação semelhante ao estrogênio produzido pelo corpo, o que pode ajudar a aliviar os sintomas de ondas de calor, suor noturno ou insônia

 

No entanto, a isoflavona da soja não é indicada para mulheres que têm ou já tiveram câncer de mama ou útero, que usam remédios para tireóide ou tamoxifeno.

 

Outra opção de fitoterápico é a tintura de amora que também contém isoflavona que pode ajudar a aliviar as ondas de calor da menopausa

 

Além disso, a erva-de-São-Cristóvão, que é uma planta medicinal da espécie Cimicifuga racemosa, pode ajuda a aliviar os sintomas da menopausa como ansiedade, depressão, ondas de calor, suores noturnos ou dor de cabeça.

 Homeopáticos

 

Alguns remédios homeopáticos, como Lachesis muta, Sépia, Glonoinum, Amil nitrosum, sanguinária, também podem ajudar a aliviar os sintomas da menopausa. 

 

Alimentação para menopausa

 

Para o tratamento nutricional da menopausa indica-se o consumo diário de alimentos que contêm fito hormônios como a soja e o inhame pois eles possuem pequenas concentrações de hormônio semelhante ao que os ovários produziam e por isso podem ajudar a atenuar os sintomas da menopausa.

 

Recomenda-se o consumo de 60g de proteínas da soja por dia para que esta tenha efeito principalmente sobre as ondas de calor que ocorrem na menopausa.

 

Outras dicas importantes são:

 

• Aumentar o consumo de leite e de seus derivados para diminuir a velocidade de aparecimento da osteoporose;

 

• Ingerir bastante água para evitar o ressecamento da pele e dos cabelos;

 

• Fazer refeições leves, pouco volumosas e com menos gordura animal;

 

• Praticar algum tipo de atividade física, para proporcionar a liberação de endorfinas na corrente sanguínea que promovem a sensação de bem estar.

 

POR DRA. CINDY LONG 

 

Você sabia que embora sintomas físicos, como ondas de calor e suores noturnos, sejam mais frequentemente associados à menopausa, os efeitos emocionais podem ser igualmente evidentes e incômodos?

 

Muitas mulheres descrevem esses sintomas da perimenopausa como sendo uma TPM ruim. Efeitos colaterais emocionais comuns incluem irritabilidade, manifestações emocionais desproporcionais, ansiedade, falta de motivação, agravamento de depressão pré-existente, nebulosidade e esquecimento. 

 

Embora esses sintomas possam estar diretamente relacionados à própria menopausa, podem haver outras razões não relacionadas à menopausa para esses sintomas, portanto, vale a pena discuti-las com seu médico. 

 

A perimenopausa e a menopausa coincidem com o que pode ser o período mais estressante na vida de uma pessoa. Pais idosos, crianças saindo de casa, estresses de trabalho, planejamento para aposentadoria, divórcio e preocupações financeiras, tudo acontece em alta frequência nos nossos 40 e 50 anos. Sorte a nossa! 

 

Temos que passar pela menopausa em cima de tudo isso. O estresse sozinho pode ser uma explicação adequada para muitos dos sintomas de humor e mentais que as mulheres sentem durante a menopausa. 

 

As dificuldades do sono são extremamente prevalentes durante a perimenopausa e a menopausa. E se você não estiver descansando adequadamente, é razoável esperar que não consiga lidar com os estresses da vida diária tão bem quanto faria normalmente. 

 

Podem haver muitas razões subjacentes para distúrbios do sono. Para alguns, são os suores noturnos que os acordam com frequência, e nesse caso, a reposição de estrogênio pode reduzir a sudorese noturna e resultar em sono melhorado. 

 

Para aqueles que estão passando por estresse severo, isso também pode interferir no sono. Portanto, a terapia, a meditação e outras técnicas para aliviar o estresse também podem ser úteis. Fazer exercício físico regular, manter um peso normal, tratar distúrbios médicos subjacentes, como a apneia do sono, evitar estimulantes, álcool e outras drogas psicoativas também são recomendados para quem sofre de insônia. 

 

A depressão é muito comum durante a menopausa, mas em si mesma a depressão ou outros transtornos do humor não são causados pela menopausa. Porém, para aqueles 20% de mulheres com história prévia de depressão, a condição pode ser exacerbada durante a perimenopausa.

 

A medicação antidepressiva pode ser benéfica, especialmente para aqueles que tomaram antidepressivos com bons resultados no passado. Antidepressivos (uma grande categoria de medicamentos, incluindo Prozac, Zoloft, Lexapro e Celexa) são frequentemente utilizados para aliviar não só os sintomas do humor, mas também os afrontamentos e suores noturnos. 

 

Embora os problemas de humor que acompanham a menopausa possam ser onerosos, esses sintomas geralmente são temporários e provavelmente existem várias opções para aliviá-los. 

 

É importante ter uma conversa detalhada com o seu médico, para garantir que você tenha todos os recursos disponíveis para ajudá-la a lidar durante esse período desafiador.

 

 

 

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