Tendências de comportamento de mulheres: a busca por liberdade em seus corpos.
Imagine uma garota à procura de uma “escolinha de futebol mais próxima”. Será que ela pode encontrar uma resposta satisfatória sem complementar a busca com uma indicação de gênero?O resultado considerado padrão muitas vezes não se aplica à necessidade da garota que quer jogar futebol — e precisa de uma escolinha de futebol para mulheres. E isso acontece porque, ao longo dos anos, muitas indústrias têm reforçado estereótipos, seja dando pouco espaço de fala para as mulheres, seja as colocando em padrões específicos.
Em uma pesquisa feita com 2,7 milhões de anúncios no YouTube, procuramos entender o papel do gênero na publicidade. A desproporção entre homens e mulheres pôde ser vista — e ouvida — no tempo de tela que eles e elas têm na publicidade. No geral, os personagens homens foram ouvidos 1,5 vezes mais do que as mulheres. No Brasil essa média se mantém: eles falam 60% do tempo, contra 40% do tempo delas.
Não à toa, muitas indústrias levam em consideração o padrão masculino na hora de desenvolver soluções.
Olhando para a nossa estrutura sociocultural, sua marca ou agência pensa no papel da mulher em uma nova campanha? Os produtos da sua marca são desenvolvidos do ponto de vista de mulheres e homens?
Uma beleza livre de padrões
Quando falamos do setor de beauty, por exemplo, os números mostram uma grande procura por uma beleza idealizada:
Mas também há muito espaço para a beleza livre de padrões. Cada vez mais mulheres falam em autoaceitação e, nessa esteira, vemos crescer novas tendências. A transição capilar é uma das buscas que registrou um importante salto nos últimos cinco anos.
A barriga negativa cedeu espaço para o body positive. Nada de dietas milagrosas ou exercícios extenuantes em busca de um corpo dito perfeito. No lugar disso, há mais espaço para se amar como se é.
No YouTube, o “tour pelo corpo” virou uma espécie de corrente da autoaceitação. No Brasil, a criadora Luiza Junqueira foi pioneira em publicar um vídeo nesse formato, que logo virou uma tendência entre os criadores.Em janeiro de 2019, outra tendência ligada à autoaceitação foi criada com o #januhairy, um movimento que teve início Inglaterra, com a estudante Laura Jackson, de 21 anos, e ganhou seguidoras mundo afora. A proposta: que as mulheres deixassem de se depilar por um mês. Logo, famosos, criadores de YouTube e até mesmo as marcas aderiram à proposta.