
Panorama das teorias de “fim do mundo em outubro”
Teorias do fim do mundo surgem periodicamente — muitas vezes ligadas a profecias religiosas, numerologia, conspirações astronômicas ou interpretações simbólicas de textos antigos. Uma variante é prever que “em outubro tal coisa dramática vai acontecer”.
Alguns elementos comuns nessas teorias:
Uso de numerologia, alinhamentos astrológicos ou reconciliação de textos bíblicos para extrair datas “secretas”.
Inserções de objetos ocultos (planeta misterioso, cometa, “Planeta X” ou Nibiru) que virão colidir ou causar efeitos catastróficos.
Interpretações simbólicas de catástrofes naturais (terremotos, tsunamis, furacões) ou mesmo fenômenos cósmicos.
Reajustes de data quando a data prevista falha — os defensores muitas vezes “remarcam” para outro dia ou reinterpretam o “evento” como algo gradual, invisível ou espiritual.
Um exemplo notório: David Meade e “15 de outubro”Um dos casos muito divulgados envolvendo “fim do mundo em outubro” foi a proposta do numerólogo americano David Meade.
Ele previu originalmente que o mundo acabaria em 23 de setembro (uma teoria associada ao “Planeta X / Nibiru”), e, quando essa data “passou” sem catástrofe, ele revisou sua previsão para 15 de outubro.
Segundo suas crenças, em outubro teria início um período de sete anos de tribulação, com terremotos, furacões, tsunamis e outros fenômenos catastróficos desencadeados pela aproximação de um corpo celeste oculto.
Cientistas e agências espaciais rejeitaram suas afirmações, afirmando que não há evidências observacionais ou astrofísicas de nenhum objeto massivo escondido em rota de colisão com a Terra.
Esse tipo de reprovação é típica dessas teorias: falta de evidência (astronômica, física, geológica), previsões falhas, ajustes constantes.
O que sabemos cientificamente / ceticismo
A hipótese de colisão com Nibiru (ou “Planeta X”) é tratada pela comunidade científica como pseudociência: não há evidências confiáveis de que tal objeto exista nas condições descritas nas teorias conspiratórias.
Esses discursos muitas vezes apelam ao medo, ao mistério e ao senso de urgência, elementos fortes para viralização e atração de atenção.
Quando uma previsão é desmentida pelas evidências — como a ausência de perturbações gravitacionais, nenhum objeto detectado por telescópios, etc. — os crentes frequentemente interpretam o “fracasso” como parte do plano oculto, como “não era o fim literal”, ou transferem a data para outra.
Há estudos que mostram que comunidades conspiracionistas se articulam especialmente bem em redes sociais e apps de mensagens. Por exemplo, no Brasil, canais de Telegram ligados a narrativas apocalípticas cresceram durante a pandemia, muitas vezes misturando espiritualismo, conspirações e teorias do fim do mundo.