KHAN YOUNIS, Faixa de Gaza (Reuters) - Em meio às paredes cor-de-rosa da ala de desnutrição infantil do hospital Nasser, ilustrações retratam crianças correndo, sorrindo e brincando com flores e balões.

Abaixo dos desenhos, algumas mães de Gaza cuidam de seus bebês, que ficam quietos e silenciosos, na maioria das vezes exaustos demais para chorar por causa da fome extrema.

Na semana passada, repórteres da Reuters passaram cinco dias no Complexo Médico Nasser, um dos quatro centros restantes em Gaza com capacidade para tratar as crianças mais gravemente desnutridas. Durante a presença da Reuters, 53 crianças com desnutrição aguda foram internadas, conforme informou o responsável pela ala.

Desde que Israel, em conflito com o grupo militante palestino Hamas desde outubro de 2023, interrompeu todos os fornecimentos para Gaza em março, os estoques de alimentos na região têm se esgotado. Esse bloqueio foi levantado em maio, porém com limitações que, de acordo com Israel, são essenciais para impedir que a assistência seja redirecionada para grupos militantes. Israel declara que não pretende deixar Gaza sem comida. Nesta semana, foram anunciadas ações para facilitar a chegada de mais assistência, como a suspensão dos combates em determinadas áreas, o envio de alimentos por via aérea e a criação de rotas mais seguras.