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PERSONALIDADE LITERÁRIA: NICCI FRENCH
Por Susi Hellen Spindola
Publicado em 02/06/2025 08:00 • Atualizado 02/06/2025 21:32
Literatura

 

Mês de Junho, é o mês dos namorados, então para este mês, escolhemos autores que escrevem livros com seu companheiro.

 

Nicci French

 

(Nicci Gerrard + Sean French)

O que poucos sabemDetalhesUnião literária “do dia para a noite”O primeiro romance conjunto (The Memory Game, 1997) foi escrito “na surdina”.

Durante meses, trocavam capítulos sem contar a ninguém — nem mesmo ao agente de Nicci Gerrard. Quando o livro acabou, precisaram escolher um nome: inventaram “Nicci French”, combinando o primeiro nome dela e o sobrenome dele.

 

Do jornalismo ao thriller

Ambos construíram carreiras sólidas como jornalistas (Nicci no The Observer; Sean no New Statesman) antes de se aventurar na ficção.

Eles creditam a formação jornalística pela agilidade em pesquisar e pelo ritmo enxuto dos diálogos.

 

Método de escrita em “três atos”

 

1) Roteiro conjunto: estruturam toda a história, cena a cena, em bate‑papos longos; 

2) Redação alternada: um escreve o primeiro rascunho de um capítulo, o outro revisa e continua;

 3) Voz de unificação: ao final, relêem linha a linha para que ninguém perceba “costuras” de dois autores.

 

Série de dias da semana

A famosa coleção da psicoterapeuta Frieda Klein recebeu o nome de cada dia (“Blue Monday”, “Tuesday’s Gone”… até “Day of the Dead”).

A dupla diz ter escolhido o artifício para lembrar aos leitores que Freud dizia não haver férias para o inconsciente — cada dia traz seu enigma.

 

Conexão pessoal com a saúde mental

Para retratar Frieda Klein com autenticidade, Nicci — cuja mãe sofria depressão — estudou psicoterapia, enquanto Sean entrevistou psiquiatras forenses.

 

Engajamento social

Nicci Gerrard cofundou a campanha britânica “John’s Campaign”, que luta pelo direito de familiares visitarem pacientes com demência em hospitais, depois de vivenciar barreiras nas internações do pai.

 

Adaptações multimídia

The Memory Game virou minissérie da ITV (Reino Unido, 2001).

Já Killing Me Softly (1999) foi adaptado para cinema em 2002, estrelado por Heather Graham e Joseph Fiennes.

Existem projetos em andamento para levar Frieda Klein à TV.

Obras de destaque

1997- The Memory Game (Jogo da Memória) Estreia: suspense sobre uma ossada descoberta 25 anos depois, expondo segredos familiares.

1999- Killing Me Softly (Matando-me Suavemente)

Thriller erótico que examina atração perigosa; famoso pela adaptação cinematográfica.

- 2001- The Safe House (Refúgio)

Após testemunhar um crime, jovem se refugia no interior; paranoia e reviravoltas à la Rebecca.

 

- 2008- What to Do When Someone Dies (E Agora, o Que Fazer?)

Viúva descobre que o marido morto num acidente estava com outra mulher; mistura luto e investigação.2011–

 

- 2018- Série Frieda Klein (8 livros, de Blue Monday a Day of the Dead)

Psicoterapeuta que caça assassinos enquanto enfrenta os seus; destaca-se pela atmosfera londrina claustrofóbica.

 

- 2020- House of Correction (A Prisão de Corpo e Alma, 2021)

Mulher encarcerada tenta provar sozinha a própria inocência — boa porta de entrada para novos leitores. 

- 2024- Has Anyone Seen Charlotte Salter? (ainda sem edição em PT)Caso frio de desaparecimento nos anos 90 ressurge quando restos mortais são achados; elogiado por crítica por alternar duas linhas do tempo.

Estilo em poucas palavras

Atmosfera psicológica: tensão vem mais da mente dos personagens do que de perseguições físicas.

Protagonistas ambíguos: vítimas que carregam culpa, detetives que escondem traumas.

Londres como personagem: becos, canais e subúrbios aparecem com a precisão de quem mora lá. 

Se você gosta de suspenses que equilibram emoção e quebra‑cabeças, Nicci French entrega tramas densas e surpreendentes — fruto de duas vozes que, juntas, soam como uma só.

 

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