
Dicas de livros da Alice Munro :)
Livro: Vidas de Meninas e Mulheres

Vidas de meninas e mulheres é, como Alice Munro costumava dizer, “autobiográfico na forma, mas não nos fatos narrados”. A obra retrata o processo de amadurecimento de Del Jordan, uma menina que vive em uma pequena cidade na zona rural do Canadá, na década de 1940.
Del passou sua infância na fazenda de raposas do pai, onde suas companhias mais frequentes eram um excêntrico solteirão, amigo de longa data da família, e seu rude irmão mais novo. Porém, à medida que cresce, ela passa a conviver mais de perto com diferentes mulheres que marcarão para sempre sua vida.
Entre elas estão sua mãe, uma vendedora de enciclopédias cuja opinião forte e ideias agnósticas chocam os vizinhos; a voluptuosa Fern Dougherty, que aluga um quarto na casa da mãe de Del; e sua melhor amiga e também adolescente, Naomi. Del divide com essas mulheres suas angústias, descobertas e seus primeiros encontros com o sexo, o nascimento e a morte.
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Livro: As Luas de Jupiter

As luas de Júpiter retrata mulheres que, embora aparentemente frágeis, revelam personalidades surpreendentes e corajosas, enfrentando com lucidez a vida, suas alegrias e pesares, suas lutas e decepções. São criaturas de uma autora que nunca cega seu olhar para o que pulsa e vive.
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Livro: Amiga de Juventude

"Amiga de juventude" apresenta dez contos nos quais a vencedora do prêmio Nobel de Literatura 2013 se concentra na delicadeza dos relacionamentos. Amizades, casamentos, relações entre pais e filhos são os pontos centrais destas narrativas, nas quais os personagens são levados a confrontar seus sentimentos mais íntimos. O livro enfoca as diferentes formas como o desejo, a paixão e o afeto resistem, se confundem ou mudam com a passagem dos anos. A autora parte de episódios cotidianos para se aprofundar na complexidade das personagens, que em várias histórias são também narradores que confrontam o próprio passado, suas expectativas e erros. Uma conversa entre amantes ou um sonho são o suficiente para despertar conflitos inesperados. A tradução de Elton Mesquita procura respeitar as minúcias do estilo da escritora e o texto em português mantém a fluidez do realismo doméstico e as intermitências do testemunho pessoal. Certamente uma das autoras mais relevantes da atualidade, Munro parece renovar-se em suas histórias ao atrair o leitor para cidades pequenas, vizinhanças de classe média e envolvê-lo em tensões familiares, desejos imprevisíveis e num clima de violência iminente e desesperada. Quarto livro da autora lançado pela Biblioteca Azul, "Amiga de juventude" reflete figuras ambíguas, com pouca chance de uma iluminação precisa, sem deixar de lado o realismo com o qual a autora flerta a todo momento.
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Livro: Vida Querida

Os contos de Vida querida são ricos como romances - com personagens, tramas e vozes desenvolvidas em toda sua potencialidade -, mas, precisos como pede a tradição do gênero, prescindem de qualquer elemento que não seja essencial. O leitor, conduzido por narradores capazes de segurar a tensão do começo ao fim, se entrega a percursos surpreendentes, anunciados com sutileza e maestria em pistas esparsas. É o caso do conto que abre o livro, "Que chegue ao Japão": Greta se despede do marido e parte com a filha numa viagem de trem que acaba se tornando uma aventura conflituosa pelos caminhos do desejo feminino; em "Dolly", um casal de idosos decidido a acabar com a própria vida num gesto de cumplicidade e harmonia recebe uma visita inesperada do passado que irá abalar profundamente seus planos.
Como nas demais coleções de contos da autora, mestre da forma breve, nos vemos diante de personagens que caminham nas beiradas da existência, arrancadas do cotidiano por golpes incisivos do destino e da loucura. Mas este Vida querida tem um diferencial que o coloca num nível novo; coroando uma carreira brilhante, a última parte do livro traz as quatro únicas narrativas autobiográficas já publicadas por Munro, que emprega toda a sua habilidade literária para refletir sobre o ato de narrar, a ficção e os temas que regem sua obra: memória, trauma, morte. Vida: vida.
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Livro: O amor de uma boa mulher

Em O amor de uma boa mulher - publicado originalmente em 1998 e vencedor, nos Estados Unidos, do National Book Critics Circle Award -, Alice Munro oferece ao leitor mais uma fornada de seus contos de fôlego, marcados pela destreza dos planos cinematográficos e pelo olhar duplo, ao mesmo tempo panorâmico e intimista. A canadense fez das pequenas cidades espalhadas pelo condado de Huron o território privilegiado de sua ficção e detecta nas franjas do meio rural aqueles indivíduos de algum modo deslocados da norma. A velhice, a doença, o transtorno mental ou a simples diferença com relação à maioria pontuam os textos.