LIVRO: NÃO ME PERGUNTE JAMAIS

Os textos reunidos em Não me pergunte jamais foram, em sua maioria, publicados no diário italiano La Stampa entre dezembro de 1968 e outubro de 1970. Neles, Natalia Ginzburg apresenta as suas impressões do mundo e da existência — da existência no mundo — por meio de sua prosa sempre expressiva e sempre única, mesclando gêneros como a crônica e o ensaio, e manifestando também as suas sensíveis inquietações (impressões, mais que críticas) em relação a textos, canções, imagens e expressões artísticas de sua época ou que marcaram a sua história pessoal. A leitura de um romance como Cem anos de solidão, a busca, de quarteirão em quarteirão, por uma nova moradia, a dificuldade de comunicar-se na infância e com a infância, a lembrança de um único verso diluído em uma ópera: elementos tão singelos que se transformam em reflexões pessoais para, depois, espraiar-se na pungente literatura à procura da interlocução, sempre ideal, sempre precária. A cada texto, o olhar compenetrado de Ginzburg convida o leitor a aproximar-se com profundidade das coisas do mundo, uma proximidade particular que nos une a todos, e desvendar as origens e caminhos do que somos.
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LIVRO: AS PEQUENAS VIRTUDES

Sem idealizações nem sentimentalismos, As pequenas virtudes é fruto de uma prosa límpida, aliada ao vigor típico dos escritores que, ao falar de coisas simples, revelam as questões humanas mais profundas. Nestes onze textos, a escritora italiana Natalia Ginzburg não faz delimitações entre as dimensões social e histórica, construindo uma obra singular e de raro afeto.O livro é dividido em duas partes. A primeira se atém a deslocamentos ― como o período em que a autora morou em Londres ― e a retratos de duas figuras centrais em sua vida: o poeta Cesare Pavese, de quem ela foi amiga, e Gabriele Baldini, seu segundo marido. Na segunda, figuram ensaios poderosos, como “O filho do homem”, uma avaliação das sequelas da guerra recém-terminada; “O meu ofício”, em que Ginzburg explora as relações entre escrita e verdade íntima; e o texto que dá título a este volume, um elogio extraordinário às verdadeiras grandezas humanas.Breve e imenso, simples e original, As pequenas virtudes é um livro inesquecível. Ao retratar uma vida marcada por perdas, desterros e humildes alegrias, Natalia Ginzburg constrói uma obra luminosa, cheia de carinho e de genuíno amor às pessoas e às palavras.
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LIVRO: A CIDADE E A CASA

Um conjunto de cartas narra a vida de um grupo de amigos na Itália da virada dos anos 1970 para os 1980. A história começa com a ida de um deles para os Estados Unidos, onde o plano de viver com o irmão professor em Princeton parece promissor, e termina no relato resignado que uma mulher, devastada pela passagem do tempo, faz de um antigo amante com “longo nariz” e mãos “sempre frias, mesmo quando fazia calor”. Entre uma coisa e outra há mortes, desencontros, separações. É verdade que A cidade e a casa pode ser lido a partir da dicotomia sugerida pelo próprio título: um romance sobre a dissolução familiar que reflete (ou impulsiona) uma dissolução maior, numa época politicamente turbulenta para a sociedade italiana. Mas a melancolia é só um ponto de partida: a energia da prosa de Natalia Ginzburg, autora capaz de extrair grande intensidade e beleza do cotidiano, é um farol que sempre aponta para um mundo mais humano e generoso. Nos variados tons das cartas, que acompanham o estado emocional de cada remetente, a singeleza das motivações tem o mesmo sentido ambíguo. Percebemos o que está oculto nas entrelinhas, os segredos, as pequenas trapaças. A empatia chega a quem lê de modo natural, irresistível. Um romance de rara beleza de uma autora fundamental.
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BOA LEITURA :)