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A CARTA, ESCRITA NA PRISÃO EM CURITIBA QUE APROXIMOU LULA DE FRANCISCO
Por Susi Hellen Spindola
Publicado em 22/04/2025 15:35
Política

Gilberto Carvalho, antigo chefe de gabinete e amigo íntimo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desempenhou um papel crucial na aproximação do petista com o papa Francisco, servindo como mensageiro de uma carta enviada ao Vaticano. "Lula e Francisco compartilhavam dos mesmos objetivos sociais." "A conexão foi muito intensa", relatou.

Em 2018, encarcerado em Curitiba devido a uma condenação na Operação Lava Jato, Lula foi orientado a enviar uma carta para Francisco. "Lula nunca demonstrou uma fé tão intensa, mesmo sendo católico, sempre desconfiado e sem prever uma resposta", confessou. Quando a carta ficou pronta, Carvalho se negou a encaminhá-la pelos protocolos formais e fez o possível para garantir que ela alcançasse o papa.

“A gente não quis mandar pelos escaninhos normais do Vaticano. Eu levei a carta. Entreguei para um amigo dele. Passados dois meses, fui chamado”, contou Carvalho, que também foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Dilma Rousseff (PT);

O amigo do papa recebeu Carvalho em uma livraria em Roma. Na carta, Lula afirmava ser vítima de perseguição e de injustiça, e pedia uma bênção de Francisco.

 

 

O ex-ministro afirma que a resposta do papa impressionou a todos e trouxe muita esperança para Lula na ocasião. “A coragem do papa de enfrentar aquele clima político… O Lula era tido como criminoso. Isso despertou afeto e gratidão do presidente”, recordou.

Para o ex-ministro, a ida de Lula ao funeral do papa em Roma é mais do que um gesto pessoal. Significa, na visão dele, um “apelo para que o mundo reveja a linha de ódio” na política e nas relações interpessoais.

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