Ouvir rádio

Pausar rádio

Offline
PERSONALIDADE LITERÁRIA: MIA COUTO
Por Susi Hellen Spindola
Publicado em 07/04/2025 11:02
Literatura

MIA COUTO

 

1. O pseudónimo

António Emílio Leite Couto escolheu como pseudónimo Mia Couto, fruto da sua paixão por gatos, tendo chegado a acreditar, na infância, que era um deles.

 

2. A primeira obra publicada

Em 1983, publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho (Caminho), que inclui poemas contra a propaganda marxista militante da época. Aborda também questões identitárias e tradicionais da cultura africana. Só em 2011, voltaria a publicar poesia, com o trabalho Tradutor de Chuvas

 

 (Caminho).

 

3. É o autor moçambicano mais traduzido

Traduzido em mais de 22 línguas, em muitas das suas obras o autor procura incluir a influência moçambicana, utilizando léxico de várias regiões do país.

 «Deve ser talvez deixou a manada fugentar-se» 

 

; «nem que eu lhe chamboqueie até partir-se dos bocados» 

 

(in Vozes Anoitecidas).

 

4. Detém vários prémios literários internacionais

Entre os vários prémios que recebeu, ao longo da sua vida, destaca-se o Prémio Vergílio Ferreira, em 1999, e o Prémio União Latina de Literaturas Românicas, em 2007.  Em 2011, venceu o Prémio Eduardo Lourenço, que se destina a premiar o contributo em prole do desenvolvimento da língua portuguesa. Em 2013, foi galardoado com o Prémio Camões e com o prémio norte-americano Neustadt.

 

5. Apaixonado pela Biologia

Especializado em Ecologia, Mia Couto foi o responsável pela preservação da reserva natural da Ilha de Inhaca, em 1992. Numa entrevista à revista Isto é, em 2017, o autor afirma “(…) a Biologia ajudou-me a repensar-me como pessoa solidária e de identidades partilhadas. A Biologia ensinou-me a entender outras linguagens, ensinou-me a fala das árvores, a fala dos que não falam. Resgatei uma intimidade perdida com criaturas que parecem muito distantes de nós. Hoje em nenhum lugar me sinto uma criatura solitária.

 

“Mente o tempo:

a idade que tenhosó se mede por infinitos.

 

Pois eu não vivo por extenso.

Apenas fui a Vida

em relampejo do incenso.

 

Quando me acendi

foi nas abreviaturas do imenso.”

 

Mia Couto In

 “Vagas e Lumes”

Comentários