Após cinco anos do começo da pandemia de coronavírus, as recordações do período de confinamento social e emergência sanitária persistem na lembrança. Mais de 7 milhões de indivíduos perderam suas vidas globalmente devido à Covid-19. O Brasil, com mais de 700 mil vidas perdidas, ficou em segundo lugar no ranking de mortes globais.

Em 2021, um estudo realizado pela USP analisou as taxas de depressão em 11 nações globais. O Brasil conquistou a primeira posição, com a Irlanda em segundo e os Estados Unidos em terceiro.

“A preocupação, o medo, a falta do contato, do abraço. A pandemia foi um período em que aquilo que era essencialmente humano – contato, abraço, beijo, carinho, afeto – foi vetado. Fora todos os outros temas trágicos que a gente viveu, tudo que a gente testemunhou, isso tem consequências”, explica o psicanalista e psicólogo Francisco Nogueira.

Para aqueles que possuem filhos, o período de isolamento social foi ainda mais sensível. A mãe de duas crianças, Bruna Pereira Faria, fala sobre as consequências da pandemia, especialmente para o filho, que teve seu processo de alfabetização interrompido devido ao fechamento das escolas. A pandemia forçou o ser humano a se adaptar, desenvolver soluções e adotar novos métodos - em casa, na escola, no trabalho e na saúde.

Leandro Karnal, historiador, analisa que a Covid-19 estimulou um sentimento de comunidade: "A pandemia, diferentemente da maioria das enfermidades, mostrou que não basta estar isolado em um condomínio se a comunidade circundante não se imuniza." Encontramos uma emoção social e coletiva.

No momento, as vidas de Rauza, Felipe e Bruna, juntamente com seus filhos, se ajustaram, porém já não são as mesmas. O Brasil e o mundo inteiro trazem consigo as recordações e lições da pandemia. "O mundo sempre retorna ao normal." Para sempre. Depois de catástrofes, conflitos, terremotos e inundações, o normal já não é como antes, conclui Karnal.