1 – Sabia que os antigos egípcios já tomavam “aspirina”?
Os médicos dessa cultura costumavam receitar aos seus pacientes casca de salgueiro — que contém salicina, um dos ingredientes da aspirina — para o alívio da dor.
2 –Milênios mais tarde, já na Europa do século 18, um clérigo britânico chamado Edward Stone começou a indicar casca de salgueiro aos membros de sua igreja depois de mascar um pedacinho e notar que sentia mais revigorado.
Nessa brincadeira, ele ajudou a aliviar 50 casos de febre reumática.
3 – A descoberta foi comunicada ao pessoal da Real Sociedade de Londres, dando origem a uma corrida para encontrar formas de aproveitar a casca de salgueiro como remédio.
4 –Então, um século mais tarde, um químico francês chamado Charles Gerhardt publicou um artigo no qual ele revelava como sintetizar a salicina em laboratório e criar o ácido acetilsalicílico — o ingrediente com o qual a aspirina é produzida —, mas ninguém deu bola.
5 – Quem levou o crédito por sintetizar e inventar a aspirina foi outro cara, o químico alemão Felix Hoffmann, que não só entrou para a história por sintetizar o famoso remedinho em laboratório, como a heroína também, ambos em meados de 1897, quatro décadas depois da descoberta de Gerhardt.
6 – Hoffmann trabalhava como pesquisador da fabricante alemã Bayer e, portanto, foi ela quem deteve os direitos de marca das duas drogas, Aspirina e Heroína, durante anos.
No entanto, em 1919, como parte do Tratado de Versalhes
— assinado depois da derrota da Alemanhana Primeira Guerra Mundial—, a companhia foi forçada a cedê-los.
7 – Ainda sobre a gigante da indústria farmacêutica mundial — e grande fabricante de aspirina —, durante a Segunda Guerra Mundial, a Bayer “comprou” prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz para realizar testes de novas drogas.
8 –Curiosamente, apesar de ser usada por tanto tempo, o mecanismo de ação da aspirina só foi ser descrito em meados dos anos 70, pelo pesquisador britânico John Vane — que descobriu que a substância age reduzindo a produção de prostaglandinas, ácidos graxos relacionados no surgimento de inchaços e dor.
9 – Uma anedota interessante é que, em meados dos anos 40, a aspirina se transformou em um fenômeno de vendas na Argentina— e isso não teve nada a ver com a fuga de líderes nazistas para a América do Sul. Na realidade, a popularidade foi conquistada graças a jingles-chiclete cantados pela futura primeira-dama do país, Eva Perón, nas rádios.
10 –Nem todo mundo toma aspirina do mesmo jeito: os norte-americanos geralmente tomam os comprimidos com a ajuda de um gole d’água, enquanto os britânicos dissolvem o medicamento em água e os franceses preferem o remedinho como supositório.
11 – Mas, para aqueles que preferem passar sem ter que apelar para a aspirina, uma opção é incluir uma boa dose de verduras, frutas e legumes na dieta, uma vez que o ácido benzoico presente nesses alimentos é sintetizado e convertido em ácido salicílico pelo organismo.