Nesta segunda-feira (24), teve início o julgamento do médico Joel Le Scouarnec, acusado de abusar sexualmente e agredir sexualmente 299 pacientes, a maioria menores de idade, em Vannes, no oeste da França. No primeiro dia de audiência, ele assumiu a responsabilidade pelos acontecimentos e confessou ter praticado "atos abomináveis".
“Estou perfeitamente ciente hoje de que essas feridas são indeléveis, insubstituíveis, e não posso voltar no tempo”, acrescentou, dizendo que queria “assumir a responsabilidade” por seus atos e “pelas consequências que eles podem ter tido para o resto de suas vidas”.
O médico pode ser condenado a 20 anos de reclusão por 111 acusações de estupro e 189 de violência sexual cometidos entre 1989 e 2014. Os casos se agravam devido ao abuso de sua posição como médico e ao fato de que 256 das 299 vítimas tinham menos de 15 anos quando sofreram agressões.
Marie Grimaud, advogada de 39 ex-pacientes, declarou à imprensa que as vítimas "não esperam nada" do único acusado. Contudo, elas "anseiam por recuperar um pouco de dignidade, humanidade e, sobretudo, consideração por parte da Justiça", acrescentou.