Em memória às vítimas do Holocausto, 27 de Janeiro marca 80 anos da libertação de Auschwitz
Considerado um dos episódios mais sombrios da história humana, o Holocausto marca uma das maiores tragédias do século XX, deixando um legado de dor e reflexão que persiste até os dias de hoje. Em 27 de janeiro de 1945, há exatos 80 anos, cerca de sete mil sobreviventes foram liberados pelos soldados soviéticos do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia.
O local foi um dos mais emblemáticos nas atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial contra milhões de judeus, prisioneiros de guerra, ciganos, homossexuais, deficientes, e outros grupos considerados “indesejáveis” pelo regime nazista.
Política de genocídio
As ideias nazistas surgiram após a derrota da Alemanha na primeira Guerra Mundial. Com o país humilhado, os discursos nacionalistas e extremistas ganharam força, entre eles estava o antissemitismo.
Apoiado nesses discursos, o Estado Nazista implementou, durante o regime de Adolf Hitler (1933-1945), uma política de genocídio sistemático, conhecida como “A Solução Final”. Estima-se que cerca de seis milhões de judeus foram assassinados em campos de concentração, extermínio e de diversas outras formas de violência organizada.
Mas, além das estatísticas e dos números frios, é necessário recordar o sofrimento humano por trás de cada vida perdida. Vítimas de um regime de ódio, as pessoas perseguidas pelo nazismo eram tratadas como sub-humanas, retiradas de suas famílias, identidades e de sua dignidade.
Importância da memória
Em 2005, quando a libertação dos campos de concentração nazistas completava 60 anos, a data de 27 de janeiro foi instituída, pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A intenção era justamente preservar essa memória, para que o genocídio nunca seja esquecido ou negado, e que a humanidade não se aproximasse mais de episódios como esse.
Embora o Holocausto tenha ocorrido há mais de 80 anos, as lições ainda são urgentes. Uma pesquisa recente do grupo de campanha norte-americano Anti-Defamation League revelou que 46% dos adultos em todo o mundo têm visões significativamente antissemitas.
Extremismo
Por isso, essa data, principalmente em tempo de crescimento dos discursos de ódio e intolerância, transcende o simples o ato de recordar e convida a um entendimento do presente e futuro com olhos mais críticos, conscientes de que discursos extremistas ainda representam ameaças reais.
