O Chevrolet Chevette ainda reúne uma legião de fãs pelo Brasil. De acordo com o Detran-SP, só no estado de São Paulo há 195 mil proprietários de Chevette.
1) Chevettinho aqui, Opel Kadett e Isuzu Gemini lá fora
Opel Kadett
Isuzu Gemini 
Esse papo de carro mundial é mais antigo do que parece: os Chevrolet Chevette brasileiro, norte-americano e inglês são apenas algumas de muitas variantes do mesmo Projeto T, criado para economizar em pesquisa, desenvolvimento e escala.
O estilo e a mecânica mudavam muito de acordo com os mercados e quase todas as marcas associadas ao grupo General Motors tiveram uma configuração do tipo. A japonesa Isuzu tinha o Gemini, vendido também pela australiana Holden, enquanto a GM canadense se virava com o Pontiac Acadian.
2) Ele já foi de tudo.... versão de quatro portas, hatchback, perua...
O ano de 1973 marcou apenas o início de uma grande família. O primeiro a chegar foi o sedã de duas portas, de tamanho curto (4,13 metros) e jeitinho esportivo. A frente em ângulo negativo inspirou o apelido Tubarão.
chevette tubarão
As características curiosas de estilo incluíam um bocal de abastecimento incrustado na coluna C por conta do tanque de combustível vertical. Os demais rebentos demoraram a vir, só chegaram depois que o Chevette passou por sua primeira reestilização.
Em 1978, o sedã passou a ter dianteira ainda mais inclinada, uma alteração completamente influenciada pelos Pontiac norte-americanos. Não por acaso, recebeu o nome de Bicudo para alguns. O hatchback com tampa integrada ao vidro chegou no mesmo período, tal qual o sedã de quatro portas - sucesso de exportação nem tão bem-recebido por aqui, onde os carros duas portas eram mais aceitos.
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A station wagon Marajó apareceu em 1980, bem antes da picape Chevy 500, que estreou em 1983 - o nome faz alusão à capacidade de carga de 500 kg. Aquele ano marcou o primeiro facelift pesado do Chevette, que adotou o mesmo estilo do Monza/Corsa europeu e se tornou o carro mais vendido do Brasil. Esse último tapa de estilo até hoje é chamado de "Monzinha".
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3)...e virou até picape!
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Antes mesmo de a Marajó surgir, o pequeno fabricante uruguaio Grumetti lançou uma versão construída com fibra de vidro da station wagon Kadett, a 250M Rural, que tinha apenas portas de metal, de acordo com o site Vauxpedia.net. Eles seguiram fazendo variantes do Chevette, tanto com motor 1.4 quanto 1.6, e até mesmo um cupê baseado no Isuzu Bellet.
Muitos dos modelos Grumetti foram vendidos pela América Latina por marcas diferentes, caso da equatoriana Condor. Além da perua e do cupê, os uruguaios também construíram uma picape de fibra de vidro e com o visual aerodinâmico dos Vauhhall.
4) Série Jeans? Tivemos!
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A Chevrolet entrou na onda dos carros de visual esportivo e jeito despojado com o Chevette Jeans, lançado em 1979. Adivinhe qual era o revestimento interno? Os
bancos e as laterais vinham revestidos no brim azulado, até os porta-objetos pareciam bolsos. Por fora, adesivos berrantes caracterizavam a série limitada, disponível apenas nas cores branca e prata.
5) Quem lembra do Junior?
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Após tantos Chevettes esquentados, não podemos esquecer daquele que mais marcou os anos de 1990: o Junior. Lançado em 1992, o popular foi criado para concorrer na fatia dos 1.0, beneficiados por pagarem um Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) mais baixo. A Fiat se virou rapidamente e lançou o Mille - na época, a fabricante já tinha um motor 1.050 cm³.Contudo, a Chevrolet teve de adaptar um projeto mais antigo. O motor 1.6 de 71 cv e 12,5 kgfm deu lugar ao 1.0 de apenas 50 cv e 7,2 kgfm de torque. O conjunto de tração traseira e cardã acentuava a perda mecânica, então o jeito foi adotar
relações curtinhas. Até mesmo os vidros eram mais finos para tentar reduzir o peso. Durou pouco mais de um ano e foi uma maneira de ganhar tempo até o Corsa chegar em 1994.