A voz que se destaca. Quem tem acompanhado a televisão brasileira nas últimas décadas entende perfeitamente a quem essa frase se refere. Léo Batista, o dono da voz mencionada, faleceu neste domingo, aos 92 anos, sendo um nome incontestável na história da comunicação do país. A figura emblemática do jornalismo esportivo batalhava contra um tumor no fígado. Ele foi hospitalizado no dia 6 de janeiro passado e resistiu por um período de 13 dias.
Nascido em 1932, na cidade de Cordeirópolis (SP), Léo Batista esteve presente em momentos memoráveis da sociedade brasileira durante quase oito décadas de sua trajetória profissional. Por exemplo, ele foi o primeiro jornalista a reportar o suicídio de Getúlio Vargas, ocorrido em 1954, na Rádio Globo. Quatro décadas mais tarde, a TV Globo noticiou o falecimento de Ayrton Senna poucas horas após o acidente.
Durante sua carreira de mais de 50 anos na TV Globo, o botafoguense Léo Batista se estabeleceu como um símbolo do esporte. Participou de Copas do Mundo, Jogos Olímpicos, corridas de Fórmula 1, comandou os programas mais populares do canal e até colaborou com uma zebrinha ao anunciar os resultados da loteria esportiva no Fantástico.
Funcionário mais velho da Globo
- Léo Batista era o único jornalista esportivo que ainda tinha o contrato vitalício com a TV Globo. Porém, ia frequentemente à emissora, pois tinha receio de perder seu emprego. Ele chegou à empresa em 1969 e trabalhou até um pouco antes de ser internado. Ademais, participava de quadros do Globo Esporte no fim do ano passado.
Cobertura da morte de Getúlio Vargas
- O repórter já cobriu diversos momentos históricos, mas um deles foi extremamente importante, a morte de Getúlio Vargas. Na data, ele estava de plantão na Rádio Globo e ele relembrou do instante de forma detalhada. “‘Atenção, atenção! Informa o ‘Globo no Ar‘, em edição extraordinária: acaba de se suicidar, no Palácio do Catete, o presidente Getúlio Vargas!’ E repeti, afirmando que voltaríamos com novas informações a qualquer momento. Quinze minutos depois, entrou o ‘Repórter Esso‘, com Heron Domingues“, contou ao Memória Globo.
Simpatia em pessoa
- Além de ser uma inspiração para os outros funcionários Globais, graças à sua presença constante no local, Batista conversava bastante com todos os seus colegas de trabalho – não importava qual função a pessoa tinha. Conhecido como ‘Seu Léo’, o jornalista adorava contar histórias e era identificado de longe pela sua voz.
