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Bolo envenenado: entenda o trabalho da perícia na exumação e análise química
Publicado em 15/01/2025 08:30
Notícia

Marguet Mittmann, diretora do Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul, explicou os processos e as complexidades do exame que revelou a presença de arsênio no corpo de Paulo Luiz dos Anjos, sogro da suspeita de envenenamento em série, Deise Moura dos Anjos. Paulo Luiz veio a óbito em setembro de 2024, supostamente devido a uma intoxicação alimentar.

 

Apenas após a exumação do cadáver em 8 de janeiro de 2025, a equipe do IGP foi capaz de confirmar a verdadeira causa da morte: envenenamento por arsênio.

A especialista explicou que o processo de degradação do arsênio é lento devido à presença de queratina, podendo durar muitos anos no corpo humano. Essa propriedade possibilitou a detecção da substância mesmo meses após o falecimento.

 

 

O arsênio é persistente em pelos, cabelos, unhas, rins e estômago por um longo período. Portanto, podemos realizar uma exumação de décadas passadas e descobrir arsênio.

Processo de exumação

 

A diretora do IGP explicou que exumações são comuns e que existe um setor específico para isso. O processo de retirada de um corpo do talude.

é um procedimento complexo e realizado por uma equipe multidisciplinar, que pode envolver de 20 a 30 pessoas.

 

 

A exumação só é realizada após a solicitação da Polícia Civil e autorização judicial.

O corpo permanece refrigerado no DML até a conclusão de todas as análises.

O processo de exumação envolve dois setores: o de Antropologia Forense, que faz a retirada do cadáver e a necrópsia; e o de toxicologia e química, que será responsável pela análise. “São coletadas pequenas amostras de diversas substâncias biológicas.

 

 

Neste caso do arsênio, nós coletamos baço, rim, conteúdo estomacal, e até mesmo o osso e a calota craniana. Essas amostras foram enviadas ao laboratório de toxicologia para análise”, disse.

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