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Por que não podemos comer carne de frango mal passada?
Publicado em 02/12/2024 10:57
Curiosidades

 

Aqueles que apreciam um bom churrasco podem ter uma predileção por um bom bife mal passado ou ao ponto, com o miolo ainda apresentando um pouco de "sangue" — algo que já explicamos anteriormente que na realidade é outro. No entanto, muitos estão se questionando: por que a carne vermelha pode ser consumida sem estar "bem cozida" e a de frango não?

 

- Por que você não pode comer frango sem estar no ponto?

A razão pela qual os restaurantes não podem vender pratos com frango meio cru é simples e direta: eles não querem ser processados se os clientes sofrerem intoxicação alimentar. E essa seria uma possibilidade muito forte nesses casos.

Ou seja: se você comer um frango mal cozido ou mal passado, vai ter um alto risco de contrair uma doença transmitida por alimentos, também chamada de intoxicação alimentar. E isso não envolve apenas a carne do frango em si: o problema pode também ser provocado por alimentos ou bebidas que estiverem contaminados por frango cru ou pelos seus sucos.

 

-Por que é possível comer bife mal passado?

O bife de gado, a famosa “carne vermelha”, pode ser comido até cru (alguns pratos, como oCarpaccio, servem carne crua em fatias finas), pois os cortes são feitos no músculo. Isso quer dizer que as bactérias presentes durante o abate ou manuseio posterior do animal geralmente são restritas à parte externa da carne. Quando ela vai ao forno ou à churrasqueira, essas bactérias externas são queimadas na alta temperatura, enquanto a parte interna pode ser comida mais crua de forma segura para a saúde.

Já a carne de frango, diferente da carne bovina, tem uma estrutura interna bem mais porosa, o que significa que as bactérias causadoras de doença podem se “aprofundar” no conteúdo. Então a recomendação para qualquer receita feita com carne de frango é cozinhá-la ou assá-la até o fim. Só assim você vai ter a certeza que não vai passar mal depois.

 

- Frangos de granja têm mais chance de ter salmonela do que os caipiras?

Seria verdade que aves domésticas são mais seguras de se consumir do que aves comerciais? Embora exista um pensamento popular de que galinhas criadas em quintais e granjas menores possuam menos chances de ter salmonela do que galinhas de granjas maiores, um novo estudo publicado na revista Foodborne Pathogens and Disease contrariou essa teoria. 

 

-  Casos de Salmonela em galinhas

 

Segundo Pazygnat, o foco do estudo era avaliar frangos criados para o consumo de carne em vez dos para consumo de ovos. O principal motivo? Os frangos de corte são a carne mais consumida no mundo, mas até o momento não havia muitas pesquisas que falassem sobre fazendas caseiras — que crescem de popularidade por todas as partes.

"Os Centros de Controle de Doenças têm emitido alertas sobre surtos de Salmonella em granjas avícolas caseiras nos últimos anos, então queríamos ver quais são os patógenos nas granjas caseiras, mas também comparar isso com granjas comerciais", afirmou a pesquisadora em comunicado oficial.

Para realizar testes mais aprofundados, a equipe de pesquisa testou 10 rebanhos de quintal e 10 rebanhos comerciais — entre 22 e 1 mil aves. Enquanto todas as

 galinhas de fazenda viviam ao ar livre, as fazendas comerciais tinham dezenas de milhares de aves em ambientes fechados. Para completar, os investigadores também testaram amostras de fezes e condições como cama, solo e comedouros.

 

- Após recolher os dados obtidos nas pesquisas, Parzygnat revelou que menos casos de salmonela foram encontrados em fazendas caseiras do que em fazendas comerciais — 19,1% contra 52,3% das amostras. Porém, esse já era um resultado esperado pelos investigadores, uma vez que estudos anteriores já haviam mostrado baixas taxas de salmonela em ambientes menores.

O maior problema nas amostras esteve relacionado aos casos de salmonela multirresistente. "Há uma sensação de que as aves de quintal são mais seguras do que as aves comerciais. Mas embora tenhamos encontrado menos salmonela nelas, a proporção de bactérias em quintais e granjas comerciais que eram multirresistentes – o que significa que mostraram resistência a três ou mais classes de antibióticos – foi, na verdade, não muito diferente", destacou a autora do estudo.

 

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