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Entenda o que é o câncer de mama triplo-negativo
Espaço Mulher
Publicado em 22/10/2024

 

 

Você sabia que o câncer de mama divide-se em vários subtipos? Cada caso é único e para ser classificado depende do local onde foi originado, da presença ou não de receptores hormonais, potencial de avanço e extensão do tumor. 

 

Na classificação biológica, que define a presença de proteínas chamadas de receptores hormonais (estrogênio e/ou progesterona) e proteína HER2, há 4 subtipos: Luminal A e B, HER2 e triplo-negativo. E é sobre este último que nós iremos conversar hoje, olha só: 

 

O câncer de mama triplo-negativo 

O câncer de mama triplo negativo corresponde a 15% de todos os casos. Sua incidência costuma ser maior em mulheres jovens (com menos de 40 anos), latinas e negras. Também é mais comum em mulheres que possuem mutação nos genes BRCA1 e/ou BRCA2. 

 

Os genes (BRCA1/BRCA2) são hereditários e responsáveis por protegerem o corpo do aparecimento de tumores; quando sofrem  mutação, essa função diminui e as chances de desenvolvimento do câncer aumentam. Por isso, quando uma pessoa da família possui essa mutação, se faz necessário um acompanhamento médico anual dos familiares.  Da totalidade dos casos de câncer de mama hereditários, 5 a 7% são referentes às mutações nos genes BRCA1/BRCA2.

 

 

 

Diferente dos outros cânceres invasivos, o triplo-negativo é considerado um dos mais  agressivos, pois as células cancerígenas crescem e se multiplicam rapidamente, com maior chance de reaparecerem em outras partes do corpo, ocasionando a metástase. 

 

A classificação como triplo-negativo ocorre porque, neste caso, não há a presença dos receptores de estrogênio, progesterona e HER2, responsáveis pelo controle do crescimento do tumor, das células mamárias e da divisão celular. 

Mas o que são receptores hormonais? 

 

Os receptores hormonais são proteínas localizadas na superfície de cada célula, quando os hormônios se ligam a esses receptores acontece a multiplicação das células malignas. No câncer de mama triplo-negativo, não há a expressão da proteína HER2 e nem dos receptores de estrogênio e progesterona. 

 

No câncer de mama, a presença dos receptores permite mais opções de tratamento além da quimioterapia. No caso do câncer de mama triplo-negativo, a falta dos receptores faz com que o tratamento seja baseado em quimioterapia e, em casos bem específicos, imunoterapia. 

 

Formas de diagnóstico 

O diagnóstico do câncer de mama triplo-negativo (assim como o de outros subtipos de câncer de mama) é feito pela biópsia, em que se retira pequena parte do nódulo mamário para uma análise mais detalhada, em laboratório e patologia. A partir desse estudo, há dois tipos de laudo, o anatomopatológico e o imunoistoquímico.

 

Laudo anatomopatológico: analisa o tecido mamário normal e o maligno;

 

Laudo imunohistoquímico: analisa a presença ou não de proteínas (como os receptores hormonais), quantidades e características. 

Opções de tratamento

 

A presença dos receptores (RE, RP e HER2)  é importante para definir o melhor tratamento a ser realizado. 

 

O câncer de mama triplo-negativo espalha-se rapidamente. A cirurgia, quadrantectomia ou mastectomia, é uma opção já nos primeiros estágios da doença a fim de evitar que mais células sejam afetadas. Em alguns casos, opta-se por iniciar pela quimioterapia, para melhorar a escolha do tratamento cirúrgico posterior e já avaliar a sensibilidade do tumor ao tratamento.

 

Após a cirurgia, nos casos em que opta por iniciar por esse tratamento,  a quimioterapia é indicada para evitar as chances de recidiva do tumor. Em alguns casos também se indica radioterapia após a cirurgia e a quimioterapia.

 

A hormonioterapia, uso de remédio para inibir a atuação dos hormônios, e a terapia anti-HER2, que controla a proliferação da célula, não são opções para pacientes com câncer de mama triplo-negativo, por não expressarem receptores em sua superfície.

 

Em casos de paciente com mutação de BRCA1/2, pode-se usar  tratamento com os inibidores de PARP, classe de remédios que agem nas enzimas ligadas às mutações no BRCA1 e BRCA2, a fim de evitar a multiplicação das células. Além disso, há opções de tratar o câncer com imunoterapia, quando medicamentos são usados para estimular a ação mais forte do sistema imune contra as células malignas. 

 

Imunoterapia para o câncer de mama triplo-negativo 

Desde o ano de 2019 o tratamento do câncer de mama triplo-negativo ganhou mais uma opção. A Anvisa aprovou o uso da imunoterapia para os casos metastáticos que expressam um receptor chamado PD-L1. O atezolizumabe

foi a primeira opção aprovada de imunoterapia para este tipo de câncer.  Adicionalmente à quimioterapia, o medicamento pode reduzir em até 38% a taxa de mortalidade dos pacientes, além do aumento de 10 meses no tempo de sobrevida. 

 

Como você tem cuidado do seu câncer? 

O câncer de mama triplo-negativo é um dos subtipos mais agressivos de câncer de mama, mas quando diagnosticado em estágios iniciais pode ter cura. Por isso, é importante manter exames e tratamentos em dia. Lembre-se que cada caso é único e os seus tratamentos e cuidados com a saúde são formas de garantir uma qualidade de vida melhor. 

 

A FEMAMA acredita na informação como forma de impactar positivamente o cenário oncológico.

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