Mulheres denunciaram, nesta última semana, um cirurgião após relatarem lesões causadas por procedimentos estéticos realizados pelo profissional, em Florianópolis (SC).
Segundo a Polícia Civil de Santa Catarina, o inquérito policial sobre o caso foi concluído nesta segunda-feira (14), quando também foi encaminhado ao Poder Judiciário.
A polícia destaca que o médico, identificado como Marcelo Evandro dos Santos, foi indiciado por lesão corporal gravíssima.
“Senti nojo do meu corpo”
Leticia Mello, que atua como neuropsicopedagoga, foi uma das vítimas do profissional. À CNN, ela contou que procurou Marcelo para realizar uma cirurgia nas mamas e pagou R$ 500 pela primeira consulta.
A neuropsicopedagoga afirma que também o questionou sobre uma possível realização de um procedimento de “lipo lad”, no abdômen, que foi autorizada pelo profissional.
No dia 29 de fevereiro deste ano, a cirurgia de Leticia aconteceu e durou cerca de dez horas. Ao total, ela realizou o procedimento nas costas, nos glúteos, na ‘papada’, no abdômen, nas pernas, nos braços e nas mamas.
Leticia alega que cinco dias após o procedimento, no entanto, começou a sentir fortes dores no corpo, não conseguia falar ou ao menos respirar. “Sentia que estava morrendo e chamei minha família para me despedir”, ressaltou ela.
A mulher ainda relata que chegou a ser transferida para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), quando bolhas começaram a aparecer em seu corpo e ela passou a sentir queimaduras na pele. “Parecia que eu estava dentro de uma fogueira, nem o lençol dava para colocar em cima de mim. Era uma dor insuportável”, disse.
Leticia conta que familiares chegaram a relatar para o médico o que estava acontecendo, mas ele negava e afirmava que era algo normal e que fazia parte do pós-cirúrgico. Assim, a família da neuropsicopedagoga decidiu procurar por outro profissional para buscar ajuda.
O médico, por sua vez, precisou retirar parte da pele da perna de Leticia para colocar em determinadas partes do corpo da vítima que já estavam necrosadas. Durante o processo, a mulher permaneceu 72 dias internada.
Nas redes sociais, Leticia publicou imagens de um ensaio fotográfico que registrou as marcas em seu corpo deixadas pelas complicações da cirurgia. “Decido compartilhar a minha história para ser voz. É um desejo de ficar viva. Eu tinha vergonha do meu corpo, demorei três meses para tomar banho e eu tinha nojo de passar a mão no meu corpo”, concluiu.
fonte:cnn