Segunda é dia de Literatura, e hoje vamos falar sobre Clarisse Lispector
Clarice Lispector foi uma escritora e cronista brasileira que marcou a literatura nacional. Suas palavras encantam leitores do Brasil e do mundo, além de estarem sempre presentes nas redes sociais. Para conhecer (ainda) melhor essa grande autora, reunimos aqui 11 curiosidades sobre sua vida e a obra!
1. Nasceu na Ucrânia, mas considerava-se brasileira
Durante a gravidez de Clarice, seus pais estavam em um dilema entre ir para os Estados Unidos ou para o Brasil. Pararam na pequena cidade de Tchechelnik para o nascimento da filha, em 10/12/1920, e depois seguiram viagem. Clarice chegou em Maceió com cerca de 1 ano e 2 meses. Em 1943, aos 21 anos, conseguiu a naturalização brasileira.
2. Começou a escrever antes dos 10 anos
Em 1930, ainda com 9 anos, uma ida ao teatro inspirou a criação de sua primeira peça teatral, intitulada Pobre menina rica. A obra em três atos foi rasgada pela própria Clarice, com medo de que alguém a lesse.
3. Família de escritoras
Na famosa entrevista ao jornalista Júlio Lerner, em 1977 – que, a pedido da escritora, só poderia ser veiculada após sua morte –, Clarice revelou uma descoberta recente. Sua mãe, Mania Krimgold, também era escritora.
Mania tinha um diário onde escrevia poesias, que nunca foram publicadas. A escrita estava mesmo no DNA da família, já que as irmãs de Clarice, Elisa Lispector e Tania Kaufmann, escreviam romances e livros técnicos, respectivamente.
4. Formou-se em Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Em 1939, com 19 anos, passou em 4º lugar no curso de Direito na Universidade do Brasil (atual UFRJ). Apesar de posteriormente ter se voltado para a literatura, o próprio ato de ir para a faculdade era bastante inusitado para as mulheres da época. Formou-se em 1943 e foi na faculdade que conheceu o futuro marido, Mauro Gurgel Valente.
5. Era poliglota e traduziu obras de grandes escritores
Uma mulher de inúmeros talentos, não é de se surpreender que Clarice sabia falar fluentemente português, inglês, francês e espanhol. Esse talento também a ajudou como tradutora. Clarice traduziu obras de grandes autores, como Jack London, Júlio Verne, Oscar Wilde e Agatha Christie.
6. É a escritora brasileira mais traduzida e estudada no mundo
De acordo com um levantamento da UNESCO de 2012, Clarice é a escritora brasileira mais traduzida do mundo. Suas obras foram publicadas em cerca de 40 países e 32 idiomas. Segundo uma pesquisa de duas universidades brasileiras, é também a escritora nacional mais estudada, com centenas de referências em trabalhos acadêmicos no Brasil e no exterior.
Mania tinha um diário onde escrevia poesias, que nunca foram publicadas. A escrita estava mesmo no DNA da família, já que as irmãs de Clarice, Elisa Lispector e Tania Kaufmann, escreviam romances e livros técnicos, respectivamente.
7. É uma das maiores vítimas de atribuição incorreta na internet
É bem comum ver um pensamento circulando na internet atribuído à Clarice Lispector. Mas é preciso tomar cuidado, porque há muitas frases sendo divulgadas por aí que ela nunca falou nem escreveu.
8. Participou da Passeata dos Cem Mil e tinha ficha na polícia
Apesar de evitar falar sobre política e sobre suas origens, em 1968, a escritora participou da Passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro, um movimento contra a ditadura. Ainda na década de 1960, assinou o Manifesto dos Intelectuais, um abaixo-assinado contra a censura.
Pela sua participação em atos subversivos, ganhou outra ficha na polícia, complementando a que tinha desde 1950, por causa da origem soviética e pela suspeita de ideais comunistas.
9. Foi voluntária num hospital durante a 2ª Guerra Mundial
Por ser casada com um diplomata, Clarice viajava muito. Durante a 2ª Guerra Mundial, estava morando em Nápoles e atuou como voluntária num hospital para cuidar dos feridos da FEB (Força Expedicionária Brasileira).
A escritora ia diariamente ao hospital para conversar, brincar, ler e escrever cartas para os doentes, trabalho que lhe rendeu homenagens por parte da FEB.
10. Provocou um incêndio acidental no próprio quarto
Em 1966, enquanto morava no Leme, Clarice esqueceu um cigarro aceso, o que provocou um incêndio em seu quarto, destruindo livros e obras por publicar.
Além disso, a escritora ficou com queimaduras de 3º grau nos braços e nas pernas, permanecendo internada por alguns meses. O episódio a traumatizou e mudou por completo o seu comportamento, tornando-a mais introspectiva e caseira.
11. Cazuza era seu grande fã!
Clarice tem milhares de fãs no Brasil e no mundo, e o cantor Cazuza era um deles. Durante um show, em 1988, ele chegou a dizer: “Eu queria anunciar aqui o seguinte: a pessoa que eu mais amo na minha vida chama-se Clarice Lispector”. Algumas de suas canções também foram inspiradas nas obras da autora, e o cantor afirmou ter lido Água viva mais de 100 vezes!