O Fat Family fez o Brasil inteiro balançar o pescoço no final dos anos 1990. O conjunto musical de Sorocaba, interior de São Paulo, estourou nacionalmente com um pop R&B e DNA da música gospel, conquistando rapidamente lugar nas rádios e em programas de TV.
Após anos longe dos palcos, o grupo está de volta. Em Brasília, a turnê de 25 anos do Fat Family acontece nesta quinta-feira (15), no Sarau Secreto. O g1 entrevistou Simone Cipriano, uma das irmãs que compõe o agora trio.
A artista contou sobre o impacto da perda de uma das irmãs, da busca do grupo por uma identidade e dos preconceitos que sofreram ao longo da carreira. De acordo com ela, o grupo começou sem pretensão.
Grupo fora do padrão
Quando a música "Jeito Sexy" estourou, o Brasil conheceu um grupo fora do "padrão" tanto em relação às músicas que faziam sucesso na época quanto esteticamente.
"Nós surgimos no auge do pagode e do sertanejo. A gente teve uma certa dificuldade de aceitação no começo. Tanto é que nós lançamos primeiro em Portugal. No Brasil, o primeiro lugar que arrebentou foi no Rio de Janeiro, depois São Paulo, e aí depois o restante do país", diz Simone.
A cantora conta que no começo o grupo tinha dificuldade até para escolher o figurino. "Imagina, sete gordinhos para fazer um figurino ligado um ao outro. Hoje em dia, para ficar mais sutil, surgiu esse lance de plus size, mas antigamente não tinha. Tinham poucas lojas de gordinhos e os modelos eram todos antiquados. Não tinha a nossa personalidade", conta Simone.
"[Quando] a gente gostava de alguma coisa em uma loja ou tinha umas ideias, nós achávamos uma loja que fazia do modelo que a gente criava, comprava os tecidos e fazia do jeito que a gente queria", explica a artista.
Segundo Simone, a questão do grupo ser composto por pessoas acima do peso também ajudou a quebrar preconceitos. "Não era o habitual um corpo avantajado. O perfil era outro. Nós viemos meio que na contra mão e foi um sucesso. Ajudou muita gente a sair de casa porque muitos gordinhos se identificavam com a gente. Negros, pretos. A gente era uma família muito pobre também", conta Simone.
fonte:g1