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Agosto Lilás: como a violência doméstica impacta a saúde mental das mulheres
Publicado em 08/08/2024 15:19
Notícia

O que é o Agosto Lilás?

O Agosto Lilás é uma campanha que surgiu em 2016, instituída por meio da Lei Estadual nº 4.969/2016, e foi idealizada pela Subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres (SPPM) com o objetivo de intensificar a divulgação da Lei Maria da Penha. 

Desde então, vem se fortalecendo como uma forma de conscientizar e sensibilizar a sociedade sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher, além de divulgar serviços de atendimento e suporte às vítimas e os mecanismos de denúncias existentes.

Para ficar claro, é importante ter em mente que, de acordo com o art. 5º da Lei Maria da Penha, a violência doméstica e familiar contra a mulher é definida como:

“qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.

 

Os tipos de violência doméstica

Para falar sobre o Agosto Lilás, é preciso entender que há cinco tipos de violência doméstica e familiar que, de acordo com o Instituto Maria da Penha, são as seguintes:

 

Violência física

Trata-se de qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher, por exemplo:

 

  • Estrangulamento ou sufocamento;
  • Tortura;
  • Ferimentos causados por armas de fogo ou queimaduras;
  • Lesões com objetivos perfurantes ou cortantes;
  • Espancamento;
  • Apertar os braços, sacudir ou atirar objetos.

Violência psicológica

Condutas que gerem dano emocional e redução da autoestima, prejudique ou perturbem o desenvolvimento da mulher ou tenham como objetivo degradar ou controlar crenças, escolhas e comportamentos.

 

São consideradas atitudes de violência psicológica:

  • Humilhação;
  • Ameaças;
  • Manipulação;
  • Constrangimento;
  • Isolamento;
  • Perseguição insistentes;
  • Vigilância;
  • Chantagem;
  • Insultos;
  • Exploração;
  • Ridicularização;
  • Limitação do direito de ir e vir;
  • Gaslighting.

Violência sexual

  • Comportamento que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada diante de ameaça, coação ou uso da força:
  • Estupro;
  • Impedir o uso de métodos contraceptivos;
  • Forçar o aborto;
  • Obrigar a fazer atos sexuais que geram desconforto ou repulsa;
  • Forçar o casamento, gravidez ou prostituição por meio de manipulação, suborno, chantagem etc;
  • Reduzir ou anular o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos.

Violência patrimonial

  • Conduta de retenção, subtração, destruição parcial ou total de objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, valores, direitos, bens ou recursos econômicos:
  • Destruição de documentos pessoais;
  • Estelionato;
  • Privar de bens, valores ou recursos econômicos;
  • Controlar o dinheiro da mulher;
  • Não pagar pensão alimentícia;
  • Gerar danos propositais aos objetos da mulher;
  • Furto, extorsão ou dano.

Violência moral

Comportamento que se configura como difamação, calúnia ou injúria:

  • Fazer críticas falsas;
  • Expor a vida íntima;
  • Acusar de traição;
  • Emitir juízos morais sobre a conduta;
  • Rebaixar a mulher com xingamentos sobre sua índole;
  • Desvalorizar a mulher devido ao seu modo de se vestir;
  • Acusar de traição.

Quais são os recursos disponíveis para vítimas de violência doméstica?

 

Muitas mulheres enfrentam dificuldades para se desvencilhar do agressor e procurar ajuda. Por que isso acontece?

A 2° edição do Jusbarômetro SP – Barômetro da Justiça de São Paulo – Violência contra a Mulher, divulgada em 2021 e encomendado pela Apamagis (Associação Paulista de Magistrados), apontou as principais razões desse comportamento:

  •  
  • Medo (73%);
  • Vergonha de se expor (31%);
  • Dependência financeira do companheiro (19%);
  • Não confiam na justiça e aplicação das leis (15%);
  • Acreditam ser um caso isolado que não vai se repetir (13%).

Por isso, campanhas como o Agosto Lilás são tão importantes, afinal, geram discussões e levam informações sobre o assunto a mulheres que têm medo de denunciar o agressor ou não sabem como sair dessa situação.

Para entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher basta ligar 180. O canal oferece três tipos de atendimento:

 

  • Registros de denúncias;
  • Orientações para vítimas;
  • Informações sobre leis e campanhas.

Quanto mais falamos sobre violência doméstica, mais mulheres se salvam

Vivemos em uma cultura de violência e discriminação contra a mulher, com abusos que acontecem de várias formas diferentes.

Não é incomum comentários como “mulher direita não bebe”, “se usou essa roupa na rua é porque está pedindo” ou “lugar de mulher é na cozinha”.

Em uma sociedade patriarcal, que banaliza e silencia casos de violência contra a mulher, a mudança precisa começar em cada pessoa que se propõe a falar sobre o assunto e a combater estereótipos que perpetuam atitudes e falas machistas que, posteriormente, podem reforçar agressões ainda mais severas.

 

O assunto é sério e impacta a vida e a saúde de milhares de mulheres ao redor do Brasil e do mundo. 

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