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Publicado em 18/07/2024

Cartola

 

 

Um dos maiores representantes da música brasileira, Angenor de Oliveira nasceu em 11 de outubro de 1908, no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, mas passou a infância no bairro de Laranjeiras. Entretanto, após uma série de dificuldades financeiras, sua família foi obrigada a se mudar para o morro da Mangueira, onde uma simples favela começava a ser construída.  Aprendeu a tocar cavaquinho e violão com o pai ainda moleque, quando tomou gosto pela música e pelo samba.

 

Ao trabalhar como servente de obra passou a usar um chapéu-coco para se proteger do cimento que caía. Por usar esse chapéu, ganhou dos colegas de trabalho o apelido de “Cartola”. Após criar o Bloco dos Arengueiros, junto com um grupo de amigos sambistas do morro, ajudou a fundar a Estação Primeira de Mangueira. Foi Cartola quem sugeriu o nome e as cores verde e rosa, que consagraram a tradicional escola de samba carioca. Cartola também compôs “Chega de Demanda”, o primeiro samba-enredo da escola.

 

Cartola passou anos esquecido e foi dado como morto, até ser encontrado, por acaso, pelo jornalista Sérgio Porto, em 1956, trabalhando como lavador e guardador de carros, em Ipanema. Embora tenha sido muito elogiado por seu círculo de compositores, colegas e admiradores, Cartola só recebeu todos os créditos por sua contribuição à história da música brasileira após sua morte, aos 72 anos, de câncer, quando então já era considerado um dos estetas geniais da música brasileira.

 

Hoje, o compositor ainda é a maior referência para quem quer conhecer a história do samba e compreender muitas das sonoridades presentes no samba contemporâneo.

 

Curiosidades sobre Cartola

 

• O primeiro emprego de Cartola, primeiro de muitos trabalhos humildes, foi numa modesta tipografia.

 

• Entre 1974 e 1978, Cartola grava quatro LPs, dois pela Marcus Pereira e outros dois pela RCA, bastante elogiados pela crítica e bem acolhidos pelo público.

 

• Com apenas 18 anos, amasia-se com Deolinda (que era casada, tinha uma filha e era sete anos mais velha que ele!)

 

• Na música Peito Vazio, com Nélson Gonçalves cantando, o mestre Dino erra durante o solo de Paulo Moura.

 

• O samba-canção “Grande Deus” foi composto por Cartola em 1946, quando contraiu meningite e demorou mais de um ano para se recuperar. Porém, só em agosto de 1958 é que a música foi lançada em disco, na voz do grande Jamelão, pela Continental.

 

• Em 1928, criou, com Carlos Chagas, o Bloco dos Arengueiros, que se transformou na Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira, para quem compôs seu primeiro samba-enredo (Chega de Demanda) e escolheu suas cores verde e rosa.

 

• Nos anos 40, teve inúmeras dificuldades, tanto financeiras quanto pessoais, abalado pelo falecimento de sua Deolinda e gravemente doente. Nessa ocasião, Cartola se afasta da Mangueira e chega até a ser dado como morto.

 

• Entre 1929 e 1933 teve suas primeiras oito composições gravadas, cinco por Francisco Alves , o maior cantor da época, uma por Cármen Miranda, uma por Sílvio Caldas e uma pelo iniciante Arnaldo Amaral.

 

• “Que infeliz sorte!”, lançada pela Odeon em dezembro de 1929, na voz de Francisco Alves, disco 10519-A, matriz 3095. Mário Reis chegou a adquirir os direitos de gravação deste samba por 300 mil-réis, mas preferiu repassá-lo ao Rei da Voz.

 

• Em meados da década de 1950, o jornalista e escritor Sérgio Porto o redescobre na penúria, como lavador de carros numa garagem de Ipanema. Sérgio anuncia a boa nova de que Cartola ainda vivia, e lhe arranja um emprego menos árduo. Aos poucos, o mestre mangueirense começa sua reintegração ao meio musical.

 

 

 

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